Se a obra historiográfica de Sérgio Buarque de Hollanda foi um olhar para o passado brasileiro a partir da História de São Paulo (as monções, as entradas e bandeiras, os caminhos e fronteiras) entre a generalidade do ensaio, em Raízes do Brasil, e a sistematização acadêmica de sua produção na USP, a cidade do Rio de Janeiro funda um universo poético e um horizonte criativo inteiramente novos em Chico Buarque, no cruzamento das atividades do “morro” (o samba, sobretudo) com as da “cidade” (A Bossa Nova e a vida intelectual do circuito Zona Sul).
(FIGUEIREDO, Luciano (org). História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013, p. 451)
A Bossa Nova emergiu durante os chamados “anos JK”. Após a vitória eleitoral de Juscelino Kubitschek, ocorreu
o processo de construção da cidade de Brasília para a mudança da capital federal, então situada no Rio de Janeiro, e a promulgação de uma nova Constituição Federal.
a aliança política entre o PTB e a UDN, em oposição ao governo eleito, e a gradativa instalação de um Parque Industrial composto por diversas multinacionais na região do ABC, em São Paulo.
a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, da Usina Hidrelétrica de Itaipu e outros empreendimentos para geração de energia, e a elaboração das Reformas de Base para acelerar o desenvolvimento do país.
a mobilização de militares legalistas para garantir sua posse e a de seu vice, João Goulart, e a execução do projeto desenvolvimentista denominado Plano de Metas.
o saneamento da dívida externa por meio de um plano de gerenciamento de recursos denominado Salte e a instalação das primeiras indústrias automobilísticas no Brasil.