Se a complexidade que o movimento renascentista representou deve ser vista como a raiz de nossa consciência moderna, então não se deve ressaltar apenas a dimensão metódica e harmoniosa em torno do eixo dessa consciência. Deve haver nela um espaço equivalente para a fantasia, a angústia, o desejo, a vontade, a sensação e o medo também. Neste sentido é que estaríamos mergulhando fundo em nossa raiz, neste sentido é que seríamos realmente radicais e poderíamos declarar como Lord MacBeth:
“Ouso tudo o que é próprio de um homem;
Quem ousar fazer mais do que isso, não o é”.
(Nicolau Sevcenko in Antonio P. Rezende e Maria T. Didier Rumos da História: História Geral e do Brasil. São Paulo: Atual, 2001, p.123)
O texto de Nicolau Sevcenko permite inferir que, com o Renascimento, o
estudo de textos clássicos passou a ser valorizado como o fundamento único de comprovação da verdade.
homem passou a ser inserido no campo da ciência, o que reduziu sua capacidade para a erudição.
conhecimento escolástico medieval passou a ser a estrutura científica básica da visão de mundo do homem.
homem passou a ser visto como autor de sua própria história, o que multiplicou seu espaço de ação e reflexão.
homem passou a examinar criticamente o mundo das ideias, o que impediu que agisse sobre o próprio destino.