IFPE 2019

SAIBA MAIS SOBRE A LÍNGUA DOTHRAKI

Conversamos com David Peterson, linguista responsável pela criação dos idiomas de Game of Thrones

Se você encontrar um integrante de uma tribo Dothraki, é uma boa ideia saudá-lo com um respeitoso “m’athchomaroon” e passar longe de palavras como “gale”. Quem afirma isso é o linguista contratado pela série Game of Thrones para criar as línguas “estrangeiras” da história - o Dothraki e o Alto Valiriano. David Peterson, formado pela Universidade da Califórnia em San Diego, é integrante da Sociedade de Criação de Linguagens, organização que se dedica às conlangs.

Conlang não é uma gíria Dothraki e, sim, uma sigla que, em inglês, significa “língua construída”. Ou seja, idiomas como o esperanto, que tiveram suas regras, palavras e construções pensadas e desenvolvidas — diferente das línguas naturais, que surgem de forma espontânea através da derivação de sons e de dialetos.

Conversamos com David Peterson sobre a Guerra dos Tronos, a criação do Dothraki e até pedimos para que ele nos ensinasse a xingar no idioma de Khal Drogo. Confira:

(1) Galileu: Qual é a relação que você manteve no idioma com a cultura Dothraki?

Peterson: O idioma inteiro é baseado na realidade dos Dothraki. Consequentemente, há palavras para descrever todas as plantas, animais e os fenômenos que acontecem em seu cotidiano — e nenhuma para situações desconhecidas.

(2) Galileu: Pode dar exemplos?

Peterson: Não faria sentido criar palavras para “livro”, “ler” e “escrever”, já que o Dothraki não existe na forma escrita. Também não há palavra equivalente a “obrigado”, porque a cultura deles não observa a gratidão da mesma forma. Mas há palavras diferentes para fezes de animais, dependendo se elas estão frescas ou secas. Como as fezes secas são usadas para fazer fogueiras, essa distinção é muito importante para eles. Também há 14 palavras diferentes para “cavalo”.

(3) Galileu: Os atores da série conseguem se comunicar na língua?

Peterson: Pelo que sei, os atores apenas memorizam as falas, sem aprender o idioma. Não esperava que eles aprendessem, afinal, seria um trabalhão. Eles “pegaram” algumas palavras e expressões, mas duvido que conseguissem manter uma conversa simples em Dothraki.

(4) Galileu: Você também criou o Alto Valiriano, outro idioma falado em Essos, e disse, em entrevista, que a língua é “quase bonita demais”. Quais são os sons e as construções que tornam isso possível? De que forma o Alto Valiriano se opõe aos sons guturais e pesados do Dothraki?

Peterson: O Alto Valiriano é mais rico em ditongos do que o Dothraki. E enquanto possui uma pegada gutural, o som é mais raro. Gramaticamente, as línguas têm suas diferenças. As duas não têm artigos, mas a ordem das palavras é diferente, com o verbo sempre entrando no final da sentença e os adjetivos sempre precedendo o pronome que eles modificam.

(5) Galileu: Em aulas de línguas estrangeiras, uma das primeiras coisas que aprendemos (normalmente através dos colegas e não dos professores) são os xingamentos. E também gostamos de zoar os gringos que vêm ao Brasil, ensinando palavrões em português, como se tivessem outro significado. Você pode nos ensinar a xingar em Dothraki?

Peterson: Claro! O Dothraki é um idioma “abençoado” com muitos palavrões. “Ifak”, por exemplo, é uma palavra que tem o significado de gringo, de estrangeiro. Mas no Dothraki é usado como um insulto. “Graddakh” é a palavra usada para fezes, sempre em tom pejorativo. Muitos dos outros xingamentos são óbvios, como “gale” que significa ovo — mas também a genitália masculina.

GALASTRI, Luciana. Saiba mais sobre a língua dothraki. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Cultura/Series/noticia/2014/06/o-criador-das-linguas-de-game-thrones.html>. Acesso em: 04 maio 2019 (adaptado).

Marque a única alternativa que analisa CORRETAMENTE as relações de sentido estabelecidas pelo uso de conjunções.
a
descritivas, pois o entrevistado dedicou-se a descrever os idiomas que criou na maior parte da entrevista.
b
narrativas, uma vez que o entrevistado contou alguns fatos ainda inéditos para o grande público.
c
Em “Como as fezes secas são usadas para fazer fogueiras” (pergunta 2) e em “ensinando palavrões em português, como se tivessem outro significado” (pergunta 5), a conjunção “como” introduz o sentido de comparação.
d
expositivas, porque o entrevistado explicou alguns detalhes dos idiomas que criou, apresentando alguns exemplos para ilustrar.
e
argumentativas, já que o entrevistado tentou, em vários momentos, convencer os leitores de que criar uma língua artificial é um trabalho extremamente árduo.
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D
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