UFMS PASSE 1ª Etapa 2021 2023

Habitavam o litoral brasileiro e tinham por característica ocuparem por muito tempo o mesmo local, o que propiciava o acúmulo de restos florísticos e faunísticos, batizados de sambaquis, formados por ossos de animais (peixes, aves, mamíferos e répteis), conchas de moluscos, restos de caranguejos e até sementes e frutas.

Circulavam por vários pontos da costa brasileira, pois eram essencialmente nômades e se deslocavam constantemente. Os sambaquieiros formavam morrinhos com restos de alimentos da fauna marinha chamados sambaquis, haja vista o nome dado pelos arqueólogos a esses vestígios, inspirado no idioma tupi: tamba (mariscos e conchas) e ki (amontoado).

Distribuídos por toda a margem direita do Rio Amazonas, ocupando uma área que corresponde hoje ao norte do Brasil e ao nordeste do Peru, os sambaquieiros formavam amontoados de restos de alimentos aos quais os arqueólogos deram o nome de sambaquis. Esses amontoados surgiram devido à facilidade com que se encontrava comida na floresta amazônica.

Devido à abundância de alimentos na Amazônia, os sambaquieiros nunca chegaram a se organizar em um governo central que controlasse a quantidade de comida e seu consumo, o que fez com que o grupo durasse poucos séculos e que fosse conquistado por comunidades de caçadorescoletores mais organizadas.

Ocupando a costa brasileira, os sambaquieiros organizaram um complexo sistema de pesca e coleta, o que resultou nos sambaquis, amontoados de alimentos que passaram a ser trocados por outros produtos com comunidades do interior, como frutas silvestres e carne de caça. Desse modo, os sambaquieiros incrementaram sua dieta e deixaram o nomadismo, o que propiciou habitarem o litoral por mais de um milênio.