Quem vir na escuridade da noite aquelas fornalhas tremendas perpetuamente ardentes, o ruído das rodas, das cadeias, da gente toda da cor da mesma noite, trabalhando vivamente, e gemendo tudo ao mesmo tempo sem momento de tréguas, nem de descanso; quem vir enfim toda a máquina e aparato confuso e estrondoso daquela Babilônia, não poderá duvidar, ainda que tenha visto Etnas e Vesúvios, que é uma semelhança de inferno.
(Padre Antonio Vieira. Citado por Lilia Schwarcz e Heloisa Starling in Brasil uma Biografia)
A leitura do trecho deve ser relacionada com:
o trabalho indígena na extração do pau-brasil;
o trabalho indígena na lavoura da cana-de-açúcar;
o trabalho de escravos negros africanos no engenho de cana-de-açúcar;
o trabalho de escravos negros africanos no garimpo, na mineração;
o trabalho de imigrantes italianos na lavoura cafeeira.
O trecho faz uso de imagens fortes — fornalhas perpetuamente ardentes, ruído de rodas e cadeias, e “gente toda da cor da mesma noite” trabalhando sem descanso — para comparar o ambiente a um inferno. Esses elementos remetem ao funcionamento dos engenhos de cana-de-açúcar na época colonial, onde escravos africanos eram forçados a operar moendas e fornalhas, presos por correntes e sem trégua. Logo, a alternativa correta é a letra C: o trabalho de escravos negros africanos no engenho de cana-de-açúcar.