Quem tem medo da radioatividade?
Como herança da destruição causada pela explosão das bombas atômicas ao fim da Segunda Guerra, a energia nuclear ganhou uma reputação difícil de mudar. Um novo livro desmistifica a radioatividade e aponta as vantagens e desvantagens de seu uso.
Foram mais de cem mil mortos imediatamente após a explosão das bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Ironicamente, as mesmas propriedades do átomo capazes de causar tamanha destruição também podiam salvar vidas se empregadas no tratamento de câncer. A radioterapia, o exame de raios-X e o marca-passo artificial são exemplos de aplicações pacíficas da radioatividade. Para muitos, no entanto, a função da energia nuclear se resume a dizimar vidas. O temor suscitado pelos cogumelos atômicos se espalhou pelo mundo e ecoa até hoje devido à falta de informações precisas sobre o tema.
O risco de acidentes e a destinação do lixo nuclear são tratados de forma esclarecedora, ao se destacarem as aplicações da tecnologia nuclear na medicina molecular, na agricultura, na indústria e na datação de artefatos na arqueologia, e tudo que envolve a geração de energia nas usinas nucleares, como alternativa à queima de combustíveis fósseis das usinas termelétricas de gás e carvão e ao impacto socioambiental das hidrelétricas. Os fantasmas associados às usinas nucleares – o risco de acidentes e a destinação do lixo nuclear – são tratados de forma esclarecedora pelos pesquisadores sobre a radioatividade. (VENTURA, 2017);
VENTURA, Bruna. Disponível em: http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4797/n/quem_tem_medo_da_ radioatividade. Acesso em: 23 nov. 2017.
Foram mais de cem mil mortos imediatamente após a explosão das bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945. Noventa por cento deles eram civis. Era o fim da Segunda Guerra Mundial, mas o sofrimento de milhares de pessoas não terminaria em 1945. Gerações depois, as sequelas da radioatividade ainda eram sentidas, como mostram os altos índices de câncer de mama nas meninas nascidas em Hiroshima, no pós-guerra.
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre radioatividade, é correto afirmar:
O radionuclídeo césio-137, ao emitir partículas β e γ, produz um radioisótopo do iodo.
A radioatividade não apresenta benefícios, pois em reações nucleares se formam elementos tóxicos.
As sequelas da radioatividade ocorreram apenas por conta da grande energia liberada após a fissão nuclear.
Reações, como as que produziram a bomba atômica, envolvem apenas a região de menor massa em um átomo.
A partir da bomba atômica, são geradas radiações ionizantes, que podem favorecer a formação de espécies que alteram o DNA de células sadias.
Passo 1 – Ler os textos com atenção
Os fragmentos ressaltam dois pontos: (1) os prejuízos humanos causados pela explosão das bombas de Hiroshima e Nagasaki — mortandade imediata e aumento de casos de câncer nas gerações seguintes — e (2) o fato de a radioatividade também ter usos pacíficos (radioterapia, raios-X, marca-passo, agricultura, datação etc.).
Passo 2 – Recordar conceitos de radioatividade
Passo 3 – Analisar cada alternativa (detalhes na seção “Explicação” abaixo)
Conclusão
A única afirmação plenamente compatível com os textos e com o conhecimento científico é a alternativa E.
1. Radiação ionizante
Qualquer radiação capaz de remover elétrons de átomos/moléculas, formando íons ou radicais livres. Esses produtos podem oxidar e romper moléculas biológicas, inclusive o DNA.
2. Tipos de decaimento
3. Efeitos biológicos
Quebra de ligações covalentes, formação de radicais (•OH, H•) na água corporal; mutações gênicas → câncer, malformações, morte celular.
4. Fissão nuclear
Núcleo pesado (U-235, Pu-239) absorve nêutron, torna-se instável e se parte gerando núcleos menores + nêutrons + energia (~200 MeV por evento).