Quem nunca fotoxopou?
FALA-SE HOJE em Facebook, Google e iPhone com a mesma combinação de fascínio e terror que um dia já se falou de Motorola e Nokia. Tudo se move rápido demais no mundo digital, e são poucas as empresas que conseguem permanecer competitivas ao longo dos anos. Apesar de o Vale do Silício ter aquele ar hollywoodiano de terra de oportunidades, contam-se nos dedos empresas longevas como uma Adobe, uma Dell, uma Amazon.
Por ter grande mobilidade, a concentração de poder e influência no mundo digital surge tão rápido quanto desaparece, a ponto de ser cada vez mais difícil encontrar quem fique na liderança por uma mísera década. Na virada do século não havia Friendster, Myspace nem Orkut, o grande buscador era o Yahoo!, seguido pelo Lycos. E a internet móvel estava a cargo de empresas inovadoras como Palm e Kyocera.
O usuário de produtos digitais é cada vez mais volúvel e pragmático. Novos produtos e serviços podem até seduzi-lo com propaganda, design e preço. Mas a relação dificilmente será mantida se a marca não se renovar com a velocidade esperada, pouco importa sua fatia de mercado. Kodak e Sony que o digam. Mesmo que ainda sejam gigantescas, já não têm o apelo de outrora. A melhor lição de empresas bem-sucedidas em relacionamentos de longo prazo é a do bom e velho Photoshop, vendendo saúde em seus 22 anos de idade e 12 plásticas (oops, versões). Como o Google, ele é sinônimo de categoria e verbo. Mas também é adjetivo, substantivo, pejorativo e indicativo de retoques fotográficos, mencionado com familiaridade até por quem não faça ideia de como ele funciona. Ao contrário do AutoCAD, que é oito anos mais velho, mas desconhecido fora de seu nicho, o Photoshop é unanimidade.
(Folha de S. Paulo, 26/03/2012.)
Quanto às variações exploradas a partir do termo "Photoshop", é correto afirmar que
o neologismo do título foi formado pelo mesmo processo que o termo "design", presente no texto.
como adjetivo, o valor depreciativo do termo “fotoxopado” decorre exclusivamente do sufixo “-ado” agregado ao radical.
as palavras formadas a partir do estrangeirismo “photoshop” constituem jargões restritos à área de informática.
a grafia abrasileirada de “fotoxopou”, diferentemente de “hollywoodiano”, no 1.º parágrafo, é uma prova de que o software se popularizou no mundo.
apesar de não ter sido mencionado no texto, também seria possível transformar “Photoshop” em advérbio de modo: “fotoxopalmente”.
A questão analisa o fenômeno linguístico da formação de novas palavras (neologismos) a partir do nome de um produto estrangeiro, "Photoshop", conforme descrito no texto. O objetivo é identificar a afirmação correta sobre as variações linguísticas exploradas a partir desse termo.
1. Análise do Texto: O texto destaca a popularidade do software Photoshop, a ponto de seu nome se tornar "sinônimo de categoria e verbo", além de "adjetivo, substantivo, pejorativo". Menciona a forma verbal "fotoxopou", uma adaptação aportuguesada.
2. Avaliação das Alternativas:
Conclusão:
A alternativa E descreve corretamente uma possibilidade de derivação morfológica na língua portuguesa a partir do termo "Photoshop", alinhada com a flexibilidade de formação de palavras destacada no texto.
Revisão de Conceitos: