Leia o texto a seguir para responder as questões de 4 a 7.
MACUNAÍMA
Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d’água.
E a cova era que-nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói saiu do banho estava branco loiro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos Tapanhumas.
Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém, a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo.
(...)
– Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.
Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas. Só que as palmas das mãos e dos pés dele são vermelhas por terem se limpado na água santa.
(ANDRADE, Mário de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter - Vila Rica, 1992).
Que reação de Macunaíma não condiz com o que se espera de um herói?
O fato de mudar de cor.
Seus muitos gritos por causa do frio da água.
A mudança de cor em relação aos outros membros de sua tribo.
O fato de ter sujado a água.
O fato de ter sido o primeiro a entrar na água.