“Quatro grandes desafios da ‘regionalização’ [MERCOSUL, p. ex.]: 1. Limitar a erosão a que está sendo submetido o Estado, mediante a recuperação da capacidade de regulação; 2. Recuperar o papel da acumulação capitalista nacional (privada e estatal), em relação à acumulação mundializada (corporações transnacionais) […] para o desenvolvimento nacional; 3. Fortalecer o papel do setor privado nacional, com o propósito de que este se converta no ator modernizador, dinâmico e transformador […]; 4. Reverter as condições estruturais de subdesenvolvimento e enfrentar as tendências objetivas negativas da globali zação.”
(Raúl BERNAL-MEZA. America del Sur en el sistema mundial hacia el siglo XXI [América do Sul no sistema mundial, no século XXI]. In: LIMA, Marcos Costa (org.). O lugar da América do Sul na nova ordem mundial. São Paulo: Cortez Editora, 2001. p. 35)
Tendo como referência o texto e a relação do processo de integração regional com o processo de globalização pode ser dito que
não existe incompatibilidade entre os dois processos, e que, embora haja por vezes alguma contradição, os dois processos são, na essência, complementares.
o caminho para a superação do subdesenvolvimento é o da associação de capitais nacionais, com capitais de escala global, no âmbito dos mercados regionais integrados.
a globalização enfraquece os Estados nacionais e submete os capitais nacionais a regimes competitivos difíceis, o que pode ser combatido com mercados regionais regulamentados.
a regulamentação imposta pela globalização tem sido positiva para os Estados nacionais, pois estes estavam se enfraquecendo como gestores econômicos e como referências políticas.
a regionalização é uma ação anti-globalização, que termina sendo uma ação antiacumulação do capital, a favor da presença dominante do Estado no processo produtivo.