“Quando um integralista afirma que, para melhorar a vida brasileira, é preciso acabar com os partidos, um calafrio percorre o corpo daqueles que ainda acreditam no palavrório dos liberais. (...) No entanto, um exame mesmo ligeiro da política nacional, a recordação de fatos que são do conhecimento comum, bastam para provar aos homens de boa fé que o integralismo não quer partidos porque os partidos são corpos estranhos, que servem unicamente para impedir ou deturpar a livre manifestação da vontade do povo”
(REALE, Miguel. ABC do Integralismo. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1935).
Sobre a participação do movimento integralista na política brasileira ao longo dos anos 30, é possível afirmar, EXCETO:
A Ação Integralista Brasileira (AIB), fundada em 1932, foi um partido político de massas, inspirado em movimentos europeus, como o fascismo italiano. Foi extinta pelo decreto de Getúlio Vargas que cassou todos os partidos políticos, depois do Golpe que deu origem ao Estado Novo, em 1937.
O líder máximo da Ação Integralista Brasileira (AIB), Plínio Salgado, era conhecido no meio intelectual brasileiro, tendo participado da Semana de Arte moderna de 1922. Foi inclusive lançado candidato, ainda em 1937, à Presidência da República nas eleições previstas para janeiro de 1938, mas não acontecidas.
Getúlio Vargas aproximou-se inicialmente dos integralistas, tendo sido politicamente hábil em utilizálos contra forças opositoras de esquerda, como a Aliança Nacional Libertadora e os comunistas. No entanto, após o Golpe do Estado Novo, livrou-se do movimento integralista, prendendo e perseguindo muitos de seus membros após o levante integralista ocorrido em 1938.
A Ação Integralista Brasileira (AIB) arregimentou apoio considerável entre funcionários públicos, profissionais liberais, poetas, industriais e comerciantes, e nas áreas de colonização alemã e italiana. Os intelectuais do movimento, como Miguel Reale, produziram teorias de inspiração fascista adaptadas à realidade brasileira.
A crítica feita pelo integralismo brasileiro à democracia partidária e representativa era o principal ponto de discórdia com o governo de Getúlio Vargas, já que este não apoiava certas posições políticas integralistas, entre elas o culto à liderança política, o forte domínio do Estado, a aposta no corporativismo e na colaboração de classes.