Quando pensamos em memória, temos de começar pelo esquecimento. A dinâmica da memória individual consiste numa interação perpétua entre lembrar e esquecer. Lembrar algumas coisas implica esquecer outras (...). Podemos distinguir entre duas formas de esquecimento, uma mais ativa, a outra, mais passiva. O esquecimento ativo está ligado a atos intencionais, como o de jogar fora ou destruir. (...) A forma passiva do esquecimento relaciona-se, por outro lado, a atos não intencionais, como os de perder, esconder, dispersar, negligenciar, abandonar ou deixar algo para trás. Nesses casos, os objetos não são destruídos; apenas saem dos quadros de atenção, valoração ou utilidade.
ASSMANN, Aleida. Canon and archive. ERLL, Astrid e NÜNNING, Ansgar. Cultural memory studies: an international and interdisciplinary handbook. (Orgs.): Berlim: Walter de Gruyter, 2008, p. 97-8 (trecho traduzido e adaptado).
Com respeito à produção da memória por diferentes sociedades em diferentes épocas, um processo de esquecimento passivo, tal como descrito no trecho anterior, remete à
destruição de igrejas, imagens, esculturas, cruzes e outros símbolos religiosos no âmbito da descristianização promovida após a Revolução Francesa.
implosão pelo chamado Estado Islâmico de sítios arqueológicos, edificações antigas e objetos do patrimônio histórico-cultural na Síria e no Iraque.
indiferença da atual memória política brasileira em relação a diversas personalidades políticas que tiveram grande prestígio e importância à época imperial.
manipulação de imagens na União Soviética stalinista, com o objetivo de eliminar da memória da Revolução Russa a participação de figuras públicas.
recomendação da Comissão Nacional da Verdade, ao fim de seus trabalhos, para que se promova a alteração do nome de logradouros, vias de transporte, edifícios e instituições públicas.
A questão aborda o conceito de esquecimento passivo na produção da memória por diferentes sociedades em diferentes épocas. O esquecimento passivo, conforme descrito no texto, refere-se a atos não intencionais, como perder, esconder, dispersar, negligenciar, abandonar ou deixar algo para trás. Nesses casos, os objetos não são destruídos; apenas saem dos quadros de atenção, valoração ou utilidade. A opção correta é a 'C', que menciona a indiferença da atual memória política brasileira em relação a diversas personalidades políticas que tiveram grande prestígio e importância à época imperial. Isso é um exemplo de esquecimento passivo, pois essas personalidades não foram intencionalmente removidas da memória política, mas simplesmente deixadas para trás ou negligenciadas.
Pense sobre a diferença entre esquecimento ativo e passivo.
Considere se a ação descrita em cada opção foi intencional ou não.
Reflita sobre se a ação descrita em cada opção resultou na remoção ou destruição de algo, ou se algo simplesmente foi deixado para trás ou negligenciado.
Confundir esquecimento ativo com passivo.
Não considerar se a ação descrita em cada opção foi intencional ou não.
Não considerar se a ação descrita em cada opção resultou na remoção ou destruição de algo, ou se algo simplesmente foi deixado para trás ou negligenciado.
O conceito de memória é fundamental para a compreensão da história e da cultura de uma sociedade. A memória não é apenas sobre lembrar, mas também sobre esquecer. O esquecimento pode ser ativo, quando é intencional, ou passivo, quando é não intencional. O esquecimento passivo ocorre quando algo ou alguém simplesmente sai dos quadros de atenção, valoração ou utilidade, sem ser intencionalmente removido ou destruído.