Quando “oiei” a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu “preguntei” a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que “fornaia”
Nem um pé de “prantação”
Por “farta” d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
[...]
“Inté” mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
“Intonce” eu disse adeus
Rosinha Guarda contigo meu coração
[...]
Hoje longe muitas “légua”
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
“Pra mim vortar” pro meu sertão
[...]
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.
A letra da canção, uma das mais importantes da música popular brasileira, retrata a determinação e a resistência entremeadas ao sofrimento e a esperança, características marcantes do povo nordestino. Luiz Gonzaga, 1912-1989, compositor, nascido em Exu, município do Estado de Pernambuco, foi homenageado por todo o Brasil, pela inestimável contribuição à música popular e à cultura brasileira.
Do ponto de vista da Química, as consequências do fenômeno da seca retratadas pelo compositor de “Asa Branca” estão corretamente associadas
à escassez de chuva motivada pela alta umidade relativa do ar, próxima de 90%, no Nordeste.
às alterações na quantidade de água no ciclo de água da natureza em razão do aquecimento global.
ao agravamento histórico das interferências antrópicas nos biomas da região, sem levar em consideração os requisitos de sustentabilidade.
à implementação de construções de um número muito grande de cisternas cujo consumo crescente de água impede o aumento de volume nos lençóis freáticos da Região Nordeste.
à distribuição irregular de chuvas no agreste nordestino em razão de desperdício de água pela irrigação no cultivo de soja e de frutíferas.