Quando o terremoto de 1812 sacudiu Caracas e outras cidades da Venezuela, a posição da Igreja foi a de afirmar que este fora um castigo de Deus pela revolta contra o rei e a Igreja.
(Maria Ligia Prado e Gabriela Pellegrino, História da América Latina)
Prado e Pellegrino consideram que, durante o processo de independência da América espanhola, a Igreja Católica, enquanto instituição hierarquizada,
manteve-se neutra, condenando todos os excessos de violência praticados pelos rebeldes e pelas forças repressoras espanholas, e as principais autoridades religiosas americanas apoiavam, secretamente, os líderes da emancipação política.
tratou as rebeliões dos colonos contra a Espanha de forma dúbia, ora defendendo o direito à independência política dos vice-reinos, ora questionando as intenções das elites criollas em construir uma nova ordem com a expropriação dos bens da Igreja.
proporcionou um apoio irrestrito às lideranças dos movimentos de emancipações nacionais e forneceu os principais fundamentos no campo das ideias para que os rebeldes tivessem a sua luta justificada a partir de referências teológicas.
esteve sempre ao lado dos realistas, usando a religião como arma para dissuadir os rebeldes e, por outro lado, foi grande o número de padres que se incorporaram ao movimento de independência, por volta de mil entre os 10 mil sacerdotes existentes.
apresentou uma postura pendular, porque entre 1810-1815, na primeira etapa do processo de independências, esteve ao lado dos rebeldes e, com as determinações do Congresso de Viena, passou a defender a recolonização da América.