Quando a professora de biologia demonstrou, utilizando o mapa abaixo, o impacto das atividades humanas sobre a vegetação brasileira, a sala de aula dividiu-se entre os espantados e os incrédulos. Os primeiros ficaram chocados com a quase total destruição da paisagem vegetal observada nos estados de Alagoas, Espírito Santo e Paraná, por exemplo. Os incrédulos afirmavam que o mapa estava exagerando o avanço das atividades humanas sobre a vegetação nativa e que, portanto, o mapa estava distorcendo demais a realidade.
Brasil – retração da vegetação nativa entre 1980 e 2010
Percebendo a divisão dos estudantes, a professora de biologia explicou aos estudantes que
a representação cartográfica de grandes áreas exige a utilização de grandes escalas, fator que justifica a dificuldade dos alunos em constatar a presença de fragmentos de Mata Atlântica no interior de São Paulo.
quanto maior a escala, menos detalhes são visíveis em um mapa, motivo que explica o ceticismo de parte dos alunos, afinal, o interior de São Paulo possui resquícios significativos do bioma Cerrado.
mesmo a floresta situada no sudoeste do Amazonas, aparentemente intacta, sofreu antropização. Em uma escala grande, como 1:40.000.000, há a possibilidade de representar com detalhes os impactos sobre pequenas áreas.
somente o recorte de uma área menor permitiria a visualização dos remanescentes da Mata Atlântica, dos Campos Gerais, da Caatinga, da floresta equatorial e da Mata de Araucárias dentro do estado do Paraná.
ao representar o Brasil em uma escala tão pequena, muitas áreas da vegetação nativa não são representadas, o que gera a interpretação equivocada de que quase toda a Mata Atlântica de Sergipe, por exemplo, foi destruída.