“Preparando seu livro sobre o imperador Adriano, Marguerite Yourcenar encontrou numa carta de Flaubert esta frase: "Quando os deuses tinham deixado de existir e o Cristo ainda não viera, houve um momento único na história, entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho". Os deuses pagãos nunca deixaram de existir, mesmo com o triunfo cristão, e Roma não era o mundo, mas no breve momento de solidão flagrado por Flaubert o homem ocidental se viu livre da metafísica - e não gostou, claro. Quem quer ficar sozinho num mundo que não domina e mal compreende, sem o apoio e o consolo de uma teologia, qualquer teologia?” (Luiz Fernando Veríssimo. Banquete com os deuses).
Nesse sentido, o ideário do mundo medieval, compreendido por meio da religião, pode ser traduzido (pensamento medieval) pelo:
Hedonismo, que afirmou ser o prazer, o supremo bem da vida humana.
Humanismo, que valorizou um saber crítico voltado para um maior conhecimento do homem e uma cultura capaz de desenvolver as potencialidades da condição humana.
Positivismo, que pregou a submissão do homem aos dogmas da Igreja Católica e o não questionamento das leis divinas.
Panteísmo, que defendeu a noção de que Deus e a Natureza são o mesmo. Sendo assim, fé e razão coexistiriam em harmonia.
Teocentrismo, que predominou na concepção artística e intelectual medieval, considerando Deus, o centro do universo.