"Por que escrevo? Antes de tudo porque captei o espírito da língua e assim às vezes a forma é que faz conteúdo. Escrevo portanto não por causa da nordestina mas por motivo grave de 'força maior', como se diz nos requerimentos oficiais, por 'força de lei'. Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite".
Clarice Lispector – A hora da estrela
Disponível em: http://claricelispector.blogspot.com.br/2008/04/ hora-da-estrela-3-parte.html. Acesso em: 05 maio 2017.
O trecho acima foi retirado do romance "A hora da estrela", de Clarice Lispector. O livro trata da relação entre o narrador, Rodrigo S. M., e a nordestina Macabéa, cuja trajetória é apresentada ao longo do texto. A reflexão que Rodrigo faz no referido texto diz respeito a suas dúvidas sobre se deve continuar escrevendo a história ou deve deixá-la de lado e seguir outro rumo.
Aponte a alternativa em que é apresentado o posicionamento do narrador com relação ao que está sendo narrado no trecho em questão.
Ele escreve porque a história de Macabéa é algo que merece ser contado, é uma força vital que o faz seguir adiante.
O principal, conforme se lê na reflexão de Rodrigo S. M., não é a história de Macabéa, mas o fato de que ele precisa escrever, como se fosse uma maldição.
O fato de ele ter encontrado Macabéa deu sentido à sua vida, pois, antes dela, ele só tinha a solidão.
As chuvas tempestivas e as ventanias soltas são os elementos com os quais Macabéa se identifica, por força de sua trajetória intempestiva.
O narrador compara-se ao escuro da noite, pois está perdido e não sabe mais para onde ir.