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ENCCEJA 2019
Poesia: 1970
Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo
sempre acha o máximo.
Mal rabisco,
não dá mais pra mudar nada.
Já é um clássico.
LEMINSKI, P. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2002.
Neste poema de Paulo Leminski, vê-se um posicionamento frente ao próprio processo de escrita, pois o eu lírico
a
contrapõe liberdade criadora e autocrítica.
b
adere aos apelos artísticos de seu contexto.
c
acredita na poesia desprovida de trabalho formal.
d
dá preferência por sua porção criadora mais erudita.
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Resposta
A
Resolução
No poema de Leminski, há um tom irônico e autocrítico no eu lírico que, ao mesmo tempo em que afirma desprezar sua própria produção, chama-a de “clássico” assim que é escrita. Isso revela um conflito entre a liberdade criativa e o impulso de julgar criticamente aquilo que se cria. Essa tensão fica evidente nos versos “Tudo o que eu faço / alguém em mim que eu desprezo / sempre acha o máximo.” De um lado, há a valorização imediata e exagerada da própria criação; de outro, reside a consciência de que essa exaltação pode ser precipitada e superficial. Essa contradição é o cerne da escolha correta.
Dicas
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Observe como o eu lírico lida com a própria criação.
Perceba o tom irônico na forma como se refere ao que produz.
Erros Comuns
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Desconsiderar o aspecto irônico do poema, acreditando que o eu lírico se enxerga como gênio de maneira literal.
Interpretar a aparente exaltação imediata como total falta de trabalho formal, sem perceber que há crítica embutida.
Revisão
• Eu lírico: a voz que fala no poema, que pode ou não coincidir com o poeta real.
• Autocrítica: avaliação da própria produção e consciência quanto a possíveis falhas e exageros.
• Liberdade criadora: impulso que leva o artista a expressar-se sem censura imediata.
• Ironia: recurso poético que brinca com contradições, trazendo sentidos ambíguos ou críticos.
• Autocrítica: avaliação da própria produção e consciência quanto a possíveis falhas e exageros.
• Liberdade criadora: impulso que leva o artista a expressar-se sem censura imediata.
• Ironia: recurso poético que brinca com contradições, trazendo sentidos ambíguos ou críticos.
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