Platão, Epicuro e Plínio foram os primeiros filósofos a abordar o tema eutanásia (mesmo que sem esse nome ainda). Em sua obra República, Platão estabelece conceitos que justificam o homicídio dos anciões, dos débeis e dos enfermos. Sócrates e Epicuro defendiam a ideia de que o sofrimento resultante de uma doença dolorosa justificava o suicídio. Já Aristóteles, Pitágoras e Hipócrates condenavam o suicídio. O termo “eutanásia” foi proposto pelo filósofo Francis Bacon, em sua obra “Tratado da Vida e da Morte”, que defendia a prática como o tratamento adequado às doenças incuráveis. Morus defende que todos os que se sentiam inúteis deveriam se autodestruir, como um meio de ajudar a sociedade a progredir economicamente.
(História da eutanásia | Filosofia na Escola.)
A bioética é campo de conhecimento multi e interdisciplinar que estuda a conduta humana nas ciências da vida e nos cuidados em saúde, à luz de valores e princípios morais. Interessa-se por ampla gama de eventos ocorridos desde o início até o término da existência humana. Sob a perspectiva da bioética, em relação à terminalidade da vida humana, é correto afirmar que:
A eticidade em relação à eutanásia não se relaciona com a obediência a regras, códigos ou princípios, mas apenas no desejo e na necessidade de que está imbuído cada caso em particular.
O princípio da eutanásia precede o da autonomia e já estava presente no voto profissional dos médicos – também conhecido como juramento de Hipócrates, que já aprovava esse tipo de ação.
A eutanásia consiste em evento complexo que envolve relações de poder, saberes, sentimentos, afetos, crenças e valores culturais tanto individuais quanto da sociedade na qual os sujeitos se inserem.
A bioética discorda terminantemente da criminalização da eutanásia ativa e passiva (a pedido expresso do doente terminal), pois o livre arbítrio deve prevalecer nas ações humanas, independentemente de qualquer situação.