UNESP 2010/2
Paula não toma qualquer contraceptivo e tem um ciclo menstrual regular de 28 dias exatos. Sua última menstruação foi no dia 23 de junho. No dia 06 de julho, Paula manteve uma relação sexual sem o uso de preservativos. No dia 24 de julho, Paula realizou um exame de urina para verificar se havia engravidado.
Em função do ocorrido, pode-se dizer que, no dia 06 de julho, Paula
talvez ainda não tivesse ovulado, mas o faria um ou dois dias depois. Considerando que o espermatozoide pode permanecer viável no organismo feminino por cerca de dois dias, há a possibilidade de Paula ter engravidado. O exame de urina poderia confirmar essa hipótese, indicando altos níveis de gonadotrofina coriônica.
já teria ovulado, o que teria ocorrido cerca de dois dias antes. Contudo, considerando que depois da ovulação o óvulo permanece viável no organismo feminino por cerca de uma semana, há a possibilidade de Paula ter engravidado. O exame de urina poderia confirmar essa hipótese, indicando redução no nível de estrógenos.
já teria ovulado, o que teria ocorrido há cerca de uma semana. Portanto não estaria grávida, o que poderia ser confirmado pelo exame de urina, que indicaria altos níveis de estrógenos e LH.
estaria ovulando e, portanto, é quase certo que estaria grávida. Com a implantação do embrião no endométrio, ocorre um aumento na secreção de LH e diminuição nos níveis de gonadotrofina coriônica, o que poderia ser detectado pelo exame de urina já na semana seguinte à nidação.
ainda não teria ovulado, o que só iria ocorrer dias depois. Portanto, não estaria grávida, o que poderia ser confirmado pelo exame de urina, que indicaria altos níveis de gonadotrofina coriônica.
Resolução
Para resolver esta questão, precisamos analisar a cronologia dos eventos no ciclo menstrual de Paula e relacioná-los com os conhecimentos sobre reprodução humana.
- Determinar o período fértil de Paula: Paula tem um ciclo regular de 28 dias. O primeiro dia do ciclo é o primeiro dia da menstruação. A última menstruação começou em 23 de junho. Em um ciclo de 28 dias, a ovulação geralmente ocorre por volta do 14º dia. Contando 14 dias a partir de 23 de junho (incluindo o dia 23 como dia 1), chegamos a 6 de julho (23/06 é o dia 1, 24/06 é o dia 2, ..., 30/06 é o dia 8, 01/07 é o dia 9, ..., 06/07 é o dia 14). Portanto, o dia 6 de julho é o dia mais provável da ovulação de Paula.
- Analisar a relação sexual: A relação sexual ocorreu em 6 de julho, que coincide com o dia provável da ovulação.
- Considerar a viabilidade dos gametas: O óvulo é viável por cerca de 12 a 24 horas após a ovulação. Os espermatozoides podem permanecer viáveis no trato reprodutivo feminino por até 5 dias, mas comumente se considera um período de 2 a 3 dias de alta viabilidade. O período fértil, portanto, inclui os dias que antecedem a ovulação e o próprio dia da ovulação.
- Avaliar a situação em 6 de julho: Como 6 de julho é o dia 14 do ciclo, é o dia mais provável para a ovulação. No entanto, a ovulação pode variar ligeiramente, ocorrendo um pouco antes ou um pouco depois. Se a relação ocorreu em 6 de julho:
- Se ela ovulou em 6 de julho, a fertilização é possível.
- Se ela ovulasse em 7 ou 8 de julho, os espermatozoides da relação do dia 6 ainda poderiam estar viáveis para fertilizar o óvulo.
- Se ela já tivesse ovulado 1 ou 2 dias antes (4 ou 5 de julho), o óvulo provavelmente não estaria mais viável no dia 6.
- Analisar as opções:
- A opção A sugere que ela talvez ainda não tivesse ovulado, mas o faria um ou dois dias depois (7 ou 8 de julho). Isso é biologicamente plausível. Afirma que os espermatozoides são viáveis por cerca de dois dias, o que permitiria a gravidez nesse cenário. Menciona corretamente que o exame de urina detectaria altos níveis de gonadotrofina coriônica (hCG) se houvesse gravidez. Esta é a descrição mais consistente.
- A opção B erra ao afirmar que o óvulo permanece viável por uma semana (o correto é 12-24 horas) e que o exame de urina indicaria redução de estrógenos (o teste detecta hCG).
- A opção C sugere ovulação muito precoce (dia 7 do ciclo) e interpretação hormonal incorreta (altos níveis de estrogênio e LH não confirmam ausência de gravidez nessa fase).
- A opção D afirma que a implantação causa aumento de LH e diminuição de hCG, o que é o oposto do que ocorre (hCG aumenta, LH permanece baixo).
- A opção E sugere que ela não estaria grávida mesmo ovulando dias depois (ignorando a viabilidade do espermatozoide) e interpreta erroneamente o significado de altos níveis de hCG (que indicam gravidez, não ausência dela).
- Conclusão: A opção A descreve o cenário mais provável e biologicamente correto. A ovulação ocorre por volta do dia 14 (6 de julho), mas pode variar ligeiramente. A relação sexual no dia 14 ou nos dias imediatamente anteriores pode levar à gravidez devido à viabilidade dos espermatozoides. Se a gravidez ocorrer, o hormônio hCG será detectado no exame de urina realizado em 24 de julho (18 dias após a possível fecundação, tempo suficiente para a detecção).
Dicas
Erros Comuns
Ciclo Menstrual: Processo fisiológico recorrente no corpo feminino, com duração média de 28 dias, regulado por hormônios (estrogênio, progesterona, LH, FSH), que prepara o corpo para uma possível gravidez. Começa no primeiro dia da menstruação.
Ovulação: Liberação de um óvulo maduro pelo ovário, geralmente ocorrendo na metade do ciclo (por volta do dia 14 em um ciclo de 28 dias), desencadeada por um pico de Hormônio Luteinizante (LH).
Período Fértil: Janela de tempo durante o ciclo menstrual em que a relação sexual pode resultar em gravidez. Inclui os dias que antecedem a ovulação (devido à sobrevida dos espermatozoides) e o dia da ovulação (devido à viabilidade do óvulo).
Viabilidade dos Gametas: O óvulo sobrevive por cerca de 12-24 horas após a ovulação. Os espermatozoides podem sobreviver no trato reprodutivo feminino por até 5 dias, sendo mais comuns 2-3 dias.
Fecundação: União do espermatozoide com o óvulo, geralmente ocorrendo nas trompas de Falópio.
Nidação (Implantação): Fixação do embrião (blastocisto) na parede do útero (endométrio), ocorrendo cerca de 6 a 12 dias após a fecundação.
Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG): Hormônio produzido pelo embrião logo após a nidação. É essencial para manter o corpo lúteo, que produz progesterona para sustentar a gravidez inicial. É o hormônio detectado pelos testes de gravidez (sangue e urina).
