“Paris, cidade do rei, primeira cidade na Europa medieval a tornar- -se verdadeiramente capital - o que Roma desde há muito tempo tinha deixado de ser. Capital não dum império, nem duma cristandade, mas dum reino, o Reino. A arte urbana que culmina em Paris nas formas a que chamamos de góticas aparece como uma arte régia. Os seus temas principais celebram uma soberania, a de Cristo e da Virgem. Na Europa das catedrais afirma-se o poder dos reis que se liberta da asfixia feudal e se impõe”.
DUBY, Georges. O tempo das catedrais: a arte e a sociedade 980-1420. Lisboa: Editora Estampa,1993.
O texto retrata o período da Baixa Idade Média, conhecido pelo crescimento e emancipação das cidades com uma nova estética arquitetônica, do estilo românico para o gótico.
Considerando esse período da história medieval, é correto afirmar que:
O modo de produção feudal se tornou o principal financiador da construção das cidades medievais, ápice do ruralismo econômico dos feudos, fortalecimento do poder local, ascensão da igreja e da cultura teocêntrica.
A arquitetura gótica se diferenciou do estilo românico conhecido por suas colunas delgadas, que impressionava com grandes vitrais que banhavam o interior com luz e cor, apogeu das construções medievais.
As catedrais das cidades da Baixa Idade Média eram construídas por ser a expressão inicial do feudalismo, quando predominava a influência da igreja, conhecida pelo teocentrismo, detentora do poder máximo.
As cidades medievais conhecidas pelas catedrais góticas representaram a evolução dos mercados, ponto de encontro de uma próspera sociedade, vitrine e expressão do poder político, econômico
As cidades das catedrais, como Paris, se tornaram espaços de discussão e de descontentamento com o humanismo laico, que resultou em uma crise estrutural do humanismo e o fortalecimento da Igreja Católica Romana.