Para responder a questão, leia o soneto de Luís de Camões.
Busque Amor novas artes, novo engenho1,
Para matar-me, e novas esquivanças2;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes3
nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho4.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;
Que dias há5
que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei por quê.
(Luís de Camões. Lírica, 1991.)
1 engenho: artimanha.
2 esquivanças: maus-tratos, desprezos.
3 contrastes: adversidades, contrariedades.
4 lenho: embarcação.
5 dias há: faz tempo.
Na primeira estrofe, o sentimento expresso pelo eu lírico é de
compaixão.
esperança.
alento.
desilusão.
nostalgia.