Para responder à questão, leia o poema “Gesso”, de Manuel Bandeira.
Esta minha estatuazinha de gesso, quando nova
- O gesso muito branco, as linhas muito puras –
Mal sugeria imagem da vida
(Embora a figura chorasse).
Há muitos anos tenho-a comigo.
O tempo envelheceu-a, carcomeu-a, manchou-a de
[pátina amarelo-suja.
Os meus olhos, de tanto a olharem,
Impregnaram-na de minha humanidade irônica de tísico.
Um dia mão estúpida
Inadvertidamente a derrubou e partiu.
Então ajoelhei com raiva, recolhi aqueles tristes fragmentos,
[recompus a figurinha que chorava.
E o tempo sobre as feridas escureceu ainda mais o sujo
[mordente da pátina...
Hoje este gessozinho comercial
É tocante e vive, e me fez agora refletir
Que só é verdadeiramente vivo o que já sofreu.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. R.J.: José Aguilar Editora, 1974, p.193.)
Para o poeta, a estátua de gesso tornou-se valiosa por:
ser avaliada pelo comércio.
fazer com que o poeta ajoelhasse.
representar uma imagem de choro.
passar por experiências dolorosas.