Para John Gledson, Dom Casmurro "não é um romance realista no sentido de que nos apresenta aber-tamente os fatos, sob forma facilmente assimilável. Apresenta-se com eles, mas temos de ler contra a narrativa para descobri-los e conectá-los por nós mesmos. Na medida em que assim procedermos, des-cobriremos mais não só acerca dos personagens e dos acontecimentos descritos na história, mas tam-bém sobre o protagonista, Bento, o próprio narrador."
Com base nessa declaração, é CORRETO afirmar:
é um romance da fase romântica do autor, mas que já ostenta caraterísticas realistas, como a análi-se crítica da sociedade.
neste romance assistimos à transição entre o romantismo inicial de Machado de Assis e o realismo de sua segunda fase, pois temos um par romântico, Bentinho e Capitu, ao mesmo que tempo que uma análise cortante da sociedade do Segundo Império.
é um romance que, ainda que realista, deixa transparecer traços românticos, como a linguagem me-tafórica e a idealização dos personagens.
Dom Casmurro, assim como os demais romances da fase madura de Machado de Assis, não é ne-cessariamente um romance realista clássico: ao contrário deste, é narrado em primeira pessoa e es-tá cheio de digressões narrativas.
é uma narrativa que, sob a roupagem do realismo mais estrito, apresenta um profundo simbolismo, que se manifesta em personagens arquetípicos e na trama cheia de peripécias e reviravoltas.
Para responder à questão sobre a definição de John Gledson para Dom Casmurro, é fundamental reconhecer que, apesar de o autor ser associado à fase realista da literatura brasileira, sua escrita madura distancia-se do realismo clássico ao privilegiar um narrador em primeira pessoa, subjetivo e cheio de digressões. A alternativa D capta com precisão essa particularidade.
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