Paciente feminina, 41 anos de idade, procurou atendimento médico devido a quadro clínico compatível com tireotoxicose. Relatou que as queixas se iniciaram há dois anos, e que durante esse período, foi sempre má aderente ao tratamento indicado, utilizando as medicações prescritas por curto período de tempo. Trazia os seguintes resultados de exames de sangue: tiroxina livre (T4L)= 4,5 ng/dL (nanogramas por decilitro; valor de referência= 0,7 – 1,8 ng/dL) e hormônio estimulador da tireoide (TSH)= 0,002 mUI/L (miliunidades por litro; valor de referência= 0,4 - 4,5 mUI/L). Foi então prescrito metimazol, na dose de 40 miligramas (mg) por dia, e a paciente evoluiu com controle clínico-laboratorial da tireotoxicose, porém, três meses depois do início do tratamento, apresentou episódio de febre de 38,8 graus Celsius (o .C), dor de garganta, inapetência, diarreia e úlceras na boca. Assinale a alternativa que contenha a conduta inicial mais adequada para o caso.
Suspender o metimazol e solicitar hemograma com urgência
Otimizar a dose de metimazol para 60 mg/dia
Manter a dose de metimazol e associar propranolol
Elevar a dose de metimazol para 50 mg/dia e associar lugol
Trocar a medicação por propiltiouracil na dose de 900 mg dia, divididas em três tomadas, associadas à prescrição de amoxacilina, na dose de 250 mg duas vezes ao dia, e orientação para que a paciente retorne para consulta de reavaliação em um mês
A paciente apresenta sintomas que podem sugerir agranulocitose, uma condição potencialmente grave e um efeito colateral conhecido do uso do metimazol. A febre, dor de garganta, úlceras na boca e outros sintomas apresentados são sinais de alerta para essa condição. Portanto, a conduta inicial mais adequada é suspender o metimazol e realizar um hemograma com urgência para avaliar a contagem de leucócitos e confirmar ou descartar o diagnóstico de agranulocitose.
Considere a relação entre os sintomas apresentados e os possíveis efeitos colaterais das medicações em uso pela paciente.
Lembre-se que certos efeitos colaterais requerem ação imediata e investigação laboratorial.
A presença de febre e sinais de infecção em um paciente em uso de antitireoidianos é uma situação que exige atenção especial.
Um erro comum seria não reconhecer os sinais de uma possível agranulocitose e não suspender o antitireoidiano.
Aumentar a dose da medicação sem investigar os sintomas do paciente é um erro que pode agravar uma condição grave.
Adicionar medicamentos sem avaliar completamente a condição do paciente pode mascarar sintomas importantes.
Elevar a dose de uma medicação quando há suspeita de efeito colateral grave é contraindicado.
Mudar a medicação sem antes realizar exames investigativos pode resultar em perda de tempo valioso e possivelmente agravamento do quadro clínico.
Os antitireoidianos, como o metimazol, podem causar efeitos colaterais graves, como a agranulocitose, que é a diminuição acentuada ou desaparecimento dos granulócitos do sangue, células importantes do sistema imunológico. É crucial monitorar os pacientes que utilizam essas medicações para a detecção precoce de possíveis efeitos adversos.