“Os tupinambás habitam defronte da citada grande serra, bem junto ao mar; mas também além da montanha se estende o seu território por cerca de sessenta milhas. No Rio Paraíba, que nasce nesta serra e corre para- lelo a costa, desembocando então no mar, têm ele também terra, que habitam, beirando uma região de vinte e oito milhas de comprimento. São acossados por inimigos de todos os lados. Ao norte é sua vizinha uma tribo de gentios chamados guaiatacás, São-lhes adversos. Seus inimigos ao sul chamam-se tupiniquins; os que habitam mais ao interior são chamados carajás; próximos deles, na serra vivem os guaianás, e entre ambos há ainda uma outra tribo, os maracajás, pelos quais são muito perseguidos. Todas essas tribos guerreiam en- tre si, e, quando alguém apanha um inimigo, come-o.”
(STADEN, Hans. Duas viagens ao Brasil. São Paulo: Edusp,1974,p.154)
Sobre a dinâmica da ocupação do litoral brasileiro por povos indígenas antes e depois da chegada dos euro-peus, analise as assertivas abaixo.
l - Quando os portugueses ohagaram ao Brasil, os tupis-guaranis completavam a conquista do litoral frente a outros povos indígenas. Os tupis ocupavam uma faixa litorânea que compreendia parcelas significativas das atuais regiões nordeste (Ceará) até o sudeste (São Paulo). Já os guaranis dominavam o litoral sul, além do interior contíguo a essa faixa litorânea, nas bacias dos Rios Paraná e Paraguai.
II - A guerra representava uma instituição fundamental entre as sociedades tupis-guaranis. Não se formando alianças, todos os grupos vizinhos eram potenciais inimigos, especialmente entre as comunidades tupis. A guerra pode ser considerada endêmica entre esses povos, como disputa constante por áreas litorâneas privilegiadas, que apresentassem abundância de alimentos e fontes de proteína animal. Nessa disputa, os vencedores eram os grupos mais numerosos, coesos e tecnologicamente avançados (uso de canoas, fabrico de cerâmicas, desenvolvimento de técnicas agrícolas).
III - Relatos de viajantes como os do alemão Hans Staden e do francês Jean de Lery, que viveram entre os tupinambás no século XVI, são importantes fontes documentais acerca dos hábitos culturais e do cotidiano deste povo indígena ligado ao tronco tupi. Por meio de suas memórias de viagem, é possível saber que os tupinambás praticavam uma agricultura semi-itinerante e suas comunidades podem ser consideradas semissedentárias, porque quando esgotavam os recursos alimentares que podiam ser obtidos, construíam novas habitações em um lugar não muito distante daquele que ocupavam.
É correto apenas o que se afirma em
I e III.
I e II.
I, II e III.
II e III.
II.