Os Textos 12, 13 e 14 servem de base à questão.
Texto 12
Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo o que meu inconsciente me grita. Penso depois: não só para corrigir, como para justificar o que escrevi. Daí a razão deste Prefácio Interessantíssimo.
ANDRADE, Mário de. ―Prefácio Interessantíssimo". In: Pauliceia Desvairada. Excerto. Disponível em: http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/jogo/pauliceia.asp Acesso em: 20/05/2019.
Texto 13
Por que escrevo? Antes de tudo porque captei o espírito da língua e assim às vezes a forma é que faz conteúdo. [...] Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993. Excertos: p. 32- 33.
Texto 14
Poesia
Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. "Alguma poesia". Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002.
No Modernismo brasileiro, diversos autores utilizaram a metalinguagem para refletir sobre o processo de criação literária, uma vez que a metalinguagem reflete a própria linguagem utilizada. Na literatura, muitos autores elaboraram textos metalinguísticos com diferentes percepções e estilos. Considerando as características da produção literária modernista, analise as proposições a seguir.
1. Mário de Andrade, autor de Macunaíma, destacou-se no primeiro momento do Modernismo brasileiro. O Texto 12 reflete sobre o ato de escrever como processo em que o autor segue primeiramente a impulsão lírica.
2. A poesia de Carlos Drummond de Andrade é marcada pela objetividade extrema e pelo predomínio da erudição formal, e o fazer poético aparece como reflexão ao longo de sua poesia. No Texto 14, o ato de escrever poesia é apenas fruto de um simples processo de inspiração, como nos versos: "Gastei uma hora pensando um verso/que a pena não quer escrever".
3. A obra A hora da estrela, de Clarice Lispector, apresenta reflexões metalinguísticas sobre o exercício da escrita e o papel do escritor. No Texto 13, o narrador comenta que a escrita literária não é uma tarefa fácil, pelo contrário, é um ato "duro como quebrar rochas". O escritor precisa articular forma e conteúdo.
4. Os Textos 12, 13 e 14 mantêm relações intertextuais temáticas, uma vez que destacam a metalinguagem como recurso importante na construção da escrita literária. As visões dos textos são idênticas, ou seja, escrever literatura é uma tarefa que precisa apenas da inspiração lírica.
Estão CORRETAS, apenas:
1, 2 e 3.
1 e 3.
2 e 3.
2 e 4.
3 e 4.