Os sistemas agroflorestais (SAFs) são associações de cultivos agrícolas com espécies florestais ou palmeiras em uma mesma área. Esse tipo de uso da terra tem como princípio imitar o que ocorre na floresta natural e tem se destacado por ser um sistema de uso da terra que conserva a biodiversidade, diversifica a produção, garante a segurança alimentar e proporciona serviços ecossistêmicos que podem minimizar os impactos nas mudanças climáticas globais e, portanto, uma alternativa para recuperação de áreas degradadas. Sobre os SAFs é correto afirmar que:
Os SAFs apresentam uma dinâmica fotossintética diferenciada, que pode ser devido tanto ao arranjo das espécies, quanto pelas condições edafoclimáticas do local, formando, então, variações sobre o estoque de carbono. Essas variações nos valores de carbono são difíceis de serem ampliadas com o uso pacotes tecnológicos do que se conveniou chamar de “Revolução Verde”, o que explica que exista no Brasil áreas onde é mais comum encontrar agricultores adotando SAFs do que em outros.
Na Amazônia, os SAFs estão sendo estudados e difundidos com ênfase na agricultura familiar, pois se apresentam como uma proposta com ampla potencialidade de substituição das áreas desflorestadas, visto que permitem uma rápida recuperação das áreas degradadas, apresentam-se como importantes fixadores de carbono atmosférico, produção de cultivos diversificados e geração de serviços ambientais.
É conhecido os SAFs implantados no município de Tomé-Açú (nordeste do Pará), por possuírem características diferenciadas, como o arranjo das espécies florestais com espécies alimentícias e de valor econômico. Apesar da variação edafoclimática no interior da Amazônia Legal, as iniciativas de replicação do SAFs de Tomé-Açu têm sido bem-sucedidas na recuperação de áreas degradadas no Sul do Pará, especialmente em cidades como Santana do Araguaia, limite com os Estados do TO e MT.
Os SAFs são sistemas de uso da terra em que plantas de espécies agrícolas são combinadas com espécies arbóreas sobre a mesma unidade de manejo da terra. A esta combinação tem sido atribuída, por um lado, a melhoria nas propriedades físico-químicas de solos degradados, bem como na atividade de microrganismos, mas por outro lado é uma forma de cultivo intensiva em trabalho, por não adotar tecnologia, o que representa uma desvantagem econômica.
Nos SAFs, os solos, devido à influência que exercem no processo de ciclagem de nutrientes, e o componente arbóreo, devido à influência que exercem no aproveitamento da energia solar, são considerados os elementos estruturais mais importantes e a chave para a estabilidade do sistema.