UFGD 2013

OS ONZE

Ayres Britto - O ex-amigo de Lula 

[...] 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres de Britto, tornou-se a grande decepção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cúpula do Judiciário. No último gesto em desacordo com o Lula, Ayres Britto marcou o julgamento do mensalão para o início de agosto, em plena campanha eleitoral. Lula queria empurrar a decisão, pelo menos, para 2013. O empenho de Ayres Britto se explica em parte pelas pressões que o Supremo sofre para julgar logo o caso. Ao mesmo tempo, assegura sua participação no clímax do mais badalado e complexo processo da história da corte. No dia 18 de novembro deste ano, Ayres completará 70 anos e se aposentará, como determina a lei. Antes disso, registrará na biografia o papel de protagonista de um momento especial do Supremo.

Lula indicou Ayres Britto para o STF no primeiro semestre de 2003, logo depois de chegar ao Palácio do Planalto. Ele fez a escolha com a expectativa de que teria no Supremo um aliado para as grandes causas do governo. [...].

Advogado, professor universitário e poeta, Ayres Britto também fazia política em Sergipe. Era filiado ao PT, partido pelo qual se candidatou mais de uma vez. Dono de uma bem sucedida banca de advocacia, tinha um padrão de vida muito superior ao dos militantes petistas. Lula costumava contar com Ayres Britto de cicerone, quando visitava Aracaju nos anos anteriores à primeira eleição para presidente da República. Em seu carro com ar condicionado, Lula desfrutava a conversa agradável, a cultura e a gentileza do correligionário sergipano. Não eram amigos íntimos, mas nutriam simpatia mútua. Alguns setores do PT local resistiam à presença em suas fileiras daquele advogado de hábitos refinados.

Seu nome estava nos planos de Lula para o STF desde a campanha eleitoral de 2002. Antes da escolha definitiva, Ayres Britto ainda contou com três padrinhos influentes. Os juristas de São Paulo Dalmo Dalari, FábioKonder Comparato e Celso Bandeira de Mello fizeram gestões a seu favor. Com tantas recomendações, o poeta nascido em Propiá, Sergipe, com reconhecida atuação acadêmica e profissional na área do Direito, assumiu uma cadeira no Supremo no dia 25 de junho de 2003. Para o PT, era a primeira vez que um militante do partido passava a integrar o STF.

No lugar onde esperava um aliado, Lula deparou com um homem disposto a ostentar independência em relação ao Palácio do Planalto. Logo que chegou ao Supremo, Ayres Britto votou contra o governo numa ação relacionada à Previdência. Ele se opôs à cobrança de imposto sobre os vencimentos dos inativos. Embora surpreso, Lula aceitou a postura do ministro que escolhera.

A paciência acabou em 2010, quando Ayres Britto presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em abril daquele ano, o TSE condenou Lula a uma multa de R$ 5 mil, por fazer campanha antecipada para a pré-candidata Dilma Rousseff durante a inauguração de uma obra em Manguinhos, Rio de Janeiro. Durante o julgamento e em entrevistas, Ayres Britto repreendeu o comportamento de Lula. Disse que o uso da máquina administrativa para fazer campanha era antirrepublicano, parte de um projeto de continuísmo no poder. Lula interpretou o discurso como um gesto agressivo contra a candidatura de Dilma. Ficou irritado e reclamou do comportamento do ministro com um dos juristas que apadrinharam sua indicação.

[...]. Nos poucos meses na presidência do STF, ele ainda empunhou uma bandeira corporativa: tomou a frente de reivindicação de aumento salarial para o Judiciário.

[...]. No ano passado, o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do caso, disse que a demora em tomar a decisão poderia levar à prescrição de alguns crimes. A repercussão foi ruim. [...]. Lewandowski resistiu alguns dias, reclamou da interferência em seu trabalho, mas cedeu às pressões e atendeu ao pedido. A distância entre Lula e o presidente do STF ficou maior. Quando os dois se encontram, cumprimentam-se com cortesia, sem entusiasmo. Mais que qualquer outro integrante do Supremo, Ayres Britto concentra as mágoas do presidente que o indicou.

Fonte: Revista Época, Edição 742, 6 de agosto de 2012, p. 60-78.

Assinale a alternativa que contém o sentido equivalente ao da seguinte oração: “Vilã do mau uso do dinheiro público, corrupção ainda seduz!”.

a

Corrupção ainda seduz, pois é vilã do mau uso do dinheiro público.

b

Corrupção ainda seduz, embora vilã do mau uso do dinheiro público.

c

A corrupção é vilã do mau uso do dinheiro público, por isso ainda seduz.

d

A corrupção ainda seduz porque é vilã do mau uso do dinheiro público.

e

A corrupção seduz porque ainda é vilã do mau uso do dinheiro público.

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B
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