“Os navios negreiros atracados no século XIX desembarcavam no cais de pedra a carga humana para as ‘casas de engorda’ na Rua do Valongo, no Centro do Rio de Janeiro. Cronistas estrangeiros descreveram a depravação no mercado de escravos, incluindo as chamadas boutiques que vendiam crianças africanas, magras e doentes.
Os escravos recém-chegados que morreram antes mesmo de iniciada a labuta nas minas do Brasil foram levados para uma vala comum nas proximidades. Os cadáveres eram deixados para se decompor no meio de pilhas de lixo. Como as plantações imperiais floresciam, escavadores no Cemitério dos Pretos Novos esmagavam os ossos dos mortos, abrindo caminho para milhares de novos cadáveres.
Agora, com as obras que estão sendo feitas nessas áreas do Rio de Janeiro visando a Copa do Mundo deste ano e os Jogos Olímpicos de 2016, são impressionantes as descobertas arqueológicas ao redor dos locais de trabalho dos escravos e estão oferecendo uma nova visão sobre a distinção brutal da cidade como um centro nervoso para o tráfico de escravos no Atlântico. [...]
O Rio pode ter importado mais escravos do que qualquer outra cidade das Américas, superando lugares como Charleston, SC, Kingston, Jamaica, e Salvador, no nordeste do Brasil. Ao todo, a cidade recebeu mais de 1,8 milhão de escravos africanos, ou 21,5% de todos os escravos que desembarcaram nas Américas, segundo Mariana P. Candido, historiadora da Universidade de Kansas.”
(Sítios arqueológicos esclarecem a escravidão no Rio de janeiro. Artigo publicado no The New York Times)
A partir da leitura do texto acima, assinale a afirmativa correta.
A escravidão na cidade do Rio de Janeiro foi residual durante o século XIX.
As descobertas arqueológicas ressaltam a importância do fim do tráfico negreiro para a cidade do Rio de Janeiro.
As descobertas arqueológicas indicam a preocupação dos mercadores em assegurar tratamento digno aos negros africanos.
A cidade do Rio de Janeiro detinha a exclusividade do tráfico negreiro nas Américas.
A cidade do Rio de Janeiro pode ter sido centro de uma complexa rede de tráfico transatlântico dado o grande número de negros comercializados no Porto.