Os gregos e os romanos aceitavam a escravidão porque não imaginavam que uma sociedade pudesse funcionar sem escravos. Como Sêneca, insistiam apenas em que se reconhecessem direitos aos escravos: que fosse, por exemplo, proibido utilizá-los com finalidades sexuais. Estamos nós, hoje, na mesma posição quanto à pobreza. Estamos convencidos de que uma sociedade justa deve procurar erradicá-la. Mas, como não conseguimos conceber os meios que permitam atingir esse objetivo, aceitamos que uma sociedade comporte grandes bolsões de pobreza. Em contrapartida, não hesitamos em condenar a prática da escravidão.
(BOUDON, Raymond. O relativismo. Trad. Edson Bini. São Paulo: Loyola, 2010. p. 41)
O debate sobre a escravidão tornou-se cada vez mais acirrado nos Estados Unidos, a partir do século XVIII, e se intensificou quando as diferenças entre as antigas treze colônias se evidenciaram, após a independência. Tais diferenças constituíram ingrediente fundamental da Guerra de Secessão. Esse conflito
deu-se entre os confederados (estados do Norte), defensores do livre-comércio, desde as lutas por independência, e os unionistas (estados do Sul), adeptos do protecionismo comercial.
valeu-se da experiência bélica herdada das guerras de independência, resultando na vitória do Norte sobre o Sul e na imposição da abolição que, entretanto, não significou igualdade de direitos entre brancos e negros.
ocorreu após o governo do abolicionista Abraham Lincoln, primeiro presidente dos Estados Unidos, que favoreceu economicamente o Norte, provocando a separação das federações do Sul e a consequente destituição desse governante.
foi resultado da grande diferença econômica entre o Norte do país, católico e rico; e o Sul, protestante e empobrecido, que não havia aderido às lutas pela independência travadas contra a Inglaterra.
encerrou-se com a promulgação de uma nova Constituição dos Estados Unidos que garantiu maior autonomia aos estados, por meio da reforma federalista, permitindo políticas segregacionistas locais.