“Os filósofos que examinaram os fundamentos da sociedade sentiram todos a necessidade de voltar até o estado de natureza, mas nenhum deles chegou até lá.”
( Rousseau, Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens.)
Sobre a descrição rousseauniana de estado de natureza no Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens é CORRETO afirmar que:
O estado de natureza corresponde ao período inicial da criação do mundo, conforme encontramos no texto Bíblico, uma importante referência teórica para Rousseau.
O estado de natureza corresponde ao estágio de desenvolvimento dos índios da América do Sul dos séculos XVII e XVIII, conforme atestam as pesquisas científicas da época de Rousseau.
O estado de natureza rousseauniano tem como fundamento os estudos de Hobbes e Locke, pensadores que inspiraram Rousseau e ofereceram bases filosóficas para a elaboração da sua teoria do estado de natureza.
O estado de natureza é uma construção hipotética, uma criação do próprio autor que não se encontra fundada em fatos e em pesquisas científicas.
Para Rousseau, assim como para Aristóteles, o homem é um ser naturalmente sociável. Portanto, a distinção entre estado de natureza e estado civil está fundada na criação dos governos e das leis.
Neste exercício, Rousseau discute o estado de natureza em seu texto “Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens”. Ele reconhece que, filosoficamente, diversos pensadores buscaram compreender o estado de natureza para explicar a origem da sociedade, mas ele o concebe, sobretudo, como uma construção teórica que não está amparada em registros históricos ou comprovações de pesquisas empíricas. Isto significa que se trata de um exercício de imaginação filosófica para fundamentar sua teoria sobre a desigualdade e o surgimento da sociedade civil. Assim, a alternativa correta é aquela que diz que o estado de natureza é uma construção hipotética de Rousseau, sem base em pesquisas científicas da época, que corresponde à letra (D).
No Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, Jean-Jacques Rousseau propõe o chamado estado de natureza como uma condição hipotética em que o homem vivia antes do surgimento da sociedade civil. Diferentemente de Hobbes, ele não descreve esse estado como necessariamente violento, mas como uma fase de absoluta simplicidade e liberdade, que não possui registros históricos e que serve para refletir sobre o que seria o homem antes da civilização. Esse artifício teórico ajuda a entender de que maneira surgem as instituições políticas e as desigualdades sociais.