Os escravos tornam-se propriedade nossa seja em virtude da lei civil, seja da lei comum dos povos; em virtude da lei civil, se qualquer pessoa de mais de vinte anos permitir a venda de si própria com a finalidade de lucrar conservando uma parte do preço da compra; e em virtude da lei comum dos povos, são nossos escravos aqueles que foram capturados na guerra e aqueles que são filhos de nossa escravas.
CARDOSO, C. F. Trabalho compulsório na Antiguidade. São Paulo: Graal, 2003.
A obra Institutas, do jurista Aelius Marcianus (século III d.C.), instrui sobre a escravidão na Roma antiga. No direito e na sociedade romana desse período, os escravos compunham uma
mão de obra especializada protegida pela lei.
força de trabalho sem a presença de ex cidadãos.
categoria de trabalhadores oriundos dos mesmos povos.
condição legal independente da origem étnica do indivíduo
comunidade criada a partir do estabelecimento das leis escritas.
A questão pede para identificar a característica da categoria dos escravos na sociedade e no direito romano do século III d.C., com base no texto do jurista Aelius Marcianus.
Passo 1: Analisar o texto-base. O texto das Institutas de Marcianus descreve como as pessoas se tornavam escravas em Roma:
Passo 2: Avaliar as origens dos escravos. As origens listadas são diversas:
Passo 3: Conectar as origens à natureza da escravidão romana. A diversidade de origens indica que a escravidão em Roma não estava fundamentalmente ligada a uma etnia ou povo específico. Qualquer pessoa, independentemente de sua origem étnica, poderia se tornar escrava devido a circunstâncias como guerra, nascimento ou ações específicas (como a auto-venda mencionada). Portanto, a escravidão era primariamente uma condição legal definida por essas circunstâncias.
Passo 4: Analisar as alternativas à luz dessa conclusão.
Conclusão: O texto de Marcianus demonstra que a escravidão romana era uma condição legal resultante de diversas circunstâncias (guerra, nascimento, auto-venda), aplicável a indivíduos independentemente de sua origem étnica. A alternativa que melhor reflete isso é a D.
A escravidão foi uma instituição fundamental na sociedade e economia romana. Diferente de sistemas escravistas posteriores (como o atlântico), a escravidão romana não se baseava primariamente em raça ou etnia.
Fontes da Escravidão: Conforme o texto e o conhecimento histórico:
Status Legal: Escravos eram considerados propriedade (res) sob a lei romana, sem direitos legais próprios. Podiam ser comprados, vendidos, alugados ou legados. No entanto, existia a possibilidade de manumissão (libertação), pela qual um escravo poderia se tornar um liberto, ganhando liberdade e, eventualmente, até cidadania.
Ius Civile e Ius Gentium: O texto menciona esses dois conceitos do direito romano.
Entender que a escravidão romana era uma condição legal aplicável a diversas pessoas por diversas razões, e não uma condição inerente a um grupo étnico, é crucial para interpretar o texto corretamente.