Os cristãos insistiam em que só eles possuíam a verdade e que todas as outras religiões, inclusive as do Estado, que eram praticadas pelos romanos, eram falsas. Recusavam-se, por exemplo, a cumprir os rituais ligados à figura do imperador – tais como a queima do incenso diante da estátua. Afirmavam que tais gestos significavam adorar imperador como um deus. [...] no terceiro século em sua doutrina; autores cristãos admitiam a possibilidade de uma pessoa ser ao mesmo tempo um bom cristão e um bom romano. Apesar de tudo, a luta entre cristãos e não-cristãos prosseguiu até mesmo depois de 313, quando o imperador Constantino baixou um decreto oficial de tolerância.
(HADAS, Moses. Roma Imperial. Rio de Janeiro: José Olympio, 1969, p. 136. In: ADHEMAR, Ricardo. História Antiga e Medieval . Belo Horizonte. Ed. Lê, 1996, p. 59.
À luz do fragmento textual apresentado, é possível assegurar que as perseguições sofridas pelos cristãos, no Império Romano, podem ser explicadas:
pela contestação à religião do Estado Romano e pela rejeição da origem divina do Imperador, feita pelos seguidores de Cristo.
pela disseminação do Edito de Milão, que obstruiu a legalização do cristianismo e fomentou a repressão violenta.
pela composição de heresias como a do Nestorianismo, que negava a natureza divina de Cristo.
pela organização dos Sínodos Ecumênicos, que objetivavam promover a definição da doutrina cristã.
pela consolidação do paganismo do Imperador Teodósio, que mandou vitimizar milhares de cristãos.