Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele não se chamava de “operário” e sim de “metalúrgico”. Macabéa ficava contente com a posição social dele porque também tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário mínimo. Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. “Metalúrgico e datilógrafa” formavam um casal de classe. A tarefa de Olímpico tinha o gosto que se sente quando se fuma um cigarro acendendo-o do lado errado, na ponta da cortiça. O trabalho consistia em pegar barras de metal que vinham deslizando de cima da máquina para colocá-las embaixo, sobre uma placa deslizante. Nunca se perguntara por que colocava a barra embaixo. A vida não lhe era má e ele até economizava um pouco de dinheiro: dormia de graça numa guarita em obras de demolição por camaradagem do vigia.
A partir da leitura do texto, pode-se concluir que Olímpico, ao apresentar-se como metalúrgico em vez de operário,
revela ser um homem culto e com bom nível de instrução.
pretende conferir melhor status ao trabalho que exerce.
mostra ser um homem humilde e despretensioso.
atribui destaque ao fato de realizar um serviço braçal.
demonstra ter vergonha de trabalhar no ramo dos metais.