Observe o texto abaixo, intitulado “A maior Tortura”, epigrafado a um grande poeta de Portugal.
Na vida, para mim, não há deleite.
Ando a chorar convulsa noite e dia...
E não tenho uma sombra fugidia
Onde poise a cabeça, onde me deite!
E nem flor de lilás tenho que enfeite
A minha atroz, imensa nostalgia!...
A minha pobre Mãe tão branca e fria
Deume a beber a Mágoa no seu leite!
Poeta, eu sou um cardo desprezado,
A urze que se pisa sob os pés.
Sou, como tu, um riso desgraçado!
Mas a minha tortura inda é maior:
Não ser poeta assim como tu és
Para gritar num verso a minha Dor...
O poema faz parte da obra de uma poetiza que ficou conhecida por sua produção ser permeada por feminilidade e erotismo, temas que renderam à poeta a alcunha de uma das primeiras feministas de Portugal. A solidão, o desencanto, o sofrimento e a busca incessante pela felicidade foram temas recorrentes na sua obra. O texto pertence a:
Adélia Prado
Inês Pedrosa
Agustina Bessa
Flobela Espanca
Marilene Felinto