Observando as ideias dos pensadores da Escola de Frankfurt, a indústria cultural tem como único objetivo a dependência e a alienação dos homens. Ao deixar transparecer o mundo nos anúncios que divulga, ela seduz as massas para o consumo das mercadorias culturais, a fim de que se esqueçam da exploração que sofrem nas relações sociais de produção.
ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. A indústria cultural – o iluminismo como mistificação das massas. In: Indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2002(adaptado)
Considerando o texto anterior, e segundo os pensadores da Escola de Frankfurt, é correto afirmar que:vigente, levando os indivíduos a praticar o consumo incessante.
I. A indústria cultural utiliza padrões que se repetem com o propósito de formar uma estética voltada ao consumismo e à alienação.
II. A indústria cultural promove nos indivíduos uma pseudo satisfação que impede o desenvolvimento de visão crítica.
III. A indústria cultural faz dos indivíduos seu objeto, distanciando-os de uma autonomia consciente.
IV. A indústria cultural cria necessidades próprias do sistema
vigente, levando os indivíduos a praticar o consumo incessante.
É correto o que se afirma em.
I e IV apenas.
III e IV apenas.
I e II apenas.
II e III apenas.
I, II, III e IV.
Nesse contexto, Theodor Adorno e Max Horkheimer, expoentes da Escola de Frankfurt, defendem que a indústria cultural atua de forma padronizada para anestesiar a consciência crítica das massas. Cada uma das proposições I, II, III e IV reforça aspectos essenciais do pensamento desses filósofos.
I. A indústria cultural repete fórmulas que despertam a sensação de novidade, mas, na prática, induz comportamentos de consumo e alienação. Esse padrão se repete, criando uma estética que distancia o indivíduo de uma reflexão real sobre a sociedade.
II. Essa repetição e padronização tendem a promover nos indivíduos uma falsa sensação de satisfação, chamada “pseudo-satisfação”. Por meio dela, as pessoas acreditam estar obtendo prazer ou realização, mas, na verdade, continuam dependentes do sistema que as explora.
III. As pessoas se tornam objetos em meio a essa dinâmica, pois a indústria cultural passa a determinar quais são as necessidades e os padrões estéticos a serem seguidos. Essa estratégia engessa a autonomia e o senso crítico dos indivíduos, favorecendo a perpetuação do status quo.
IV. Cria-se, então, novas necessidades (as chamadas “necessidades artificiais”) para alimentar o consumo constante. Assim, o sistema capitalista se fortalece, e a exploração nas relações sociais de produção se torna menos visível, pois as massas ficam absorvidas em consumir o que a indústria cultural oferece.
Diante dessas observações, todas as afirmações (I, II, III e IV) estão corretas, conclui-se, portanto, que a resposta correta é a letra E.
Escola de Frankfurt: grupo de filósofos e sociólogos reunidos no Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt que criticava as estruturas do capitalismo, especialmente no tocante à cultura e à comunicação de massa.
Indústria Cultural: conjunto de meios com que o sistema capitalista se apropria da cultura, produzindo mercadorias culturais repetitivas e criando necessidades artificiais, o que contribui para a alienação e a manutenção do status quo.
Alienação: afastamento do indivíduo de sua consciência crítica e da percepção das verdadeiras causas de sua própria condição social.