O velho do espelho
Mário Quintana
Por acaso, surpreendo-me no espelho: quem é esse
Que me olha e é tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto...é cada vez menos estranho...
Meu Deus, Meu Deus...Parece
Meu velho pai – que já morreu!
Como pude ficarmos assim?
Nosso olhar – duro – interroga:
“O que fizeste de mim?!”
Eu, Pai?! Tu é que me invadiste,
Lentamente, ruga a ruga... Que importa? Eu sou, ainda,
Aquele mesmo menino teimoso de sempre
E os teus planos enfim lá se foram por terra.
Mas sei que vi, um dia – a longa, a inútil guerra!-
Vi sorrir, nesses cansados olhos, um orgulho triste...
(Disponível em <http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/marioq22.htm.> Acesso em xx de xxxx de 2016.)
Marque a alternativa em que se evidencia o registro de linguagem utilizado pelo poeta e seu respectivo exemplo.
Quanto ao tema do poema, podemos observar, entre pai e filho, uma relação de
cumplicidade, uma vez que, ao se dar conta da semelhança física entre os dois, o filho resgata sua relação com o pai e perdoa suas possíveis falhas.
antagonismo, pois o filho, percebendo que pode se transformar no pai, resolve modificar o rumo de sua vida.
inimizade, uma vez que o pai queria que o filho seguisse um determinado caminho, mas o filho optou por fazer as próprias escolhas.
tolerância, visto que o pai, quando era vivo, deixou o filho fazer tudo aquilo que queria, pois sabia que, um dia, o filho seria como ele.
indiferença, uma vez que eles, apesar da semelhança física, nunca foram capazes de, verdadeiramente, sentirem-se pai e filho.