O Último poema
Manuel Bandeira
Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas
mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem
os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
A respeito do poema, seguem duas afirmativas ligadas pela palavra PORQUE:
O texto é considerado uma metapoesia.
PORQUE
O eu-lírico anseia por um poema hábil em conter beleza e preciosidade de sentimentos, com simplicidade e pureza.
Em relação as afirmativas:
as duas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
as duas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
a primeira é verdadeira, e a segunda é falsa.
a primeira é falsa, e a segunda é verdadeira.
as duas são falsas.
Para resolver a questão, siga estes passos:
1. Verifique a primeira afirmação (“texto é metapoesia”):
Portanto, a primeira afirmação é verdadeira.
2. Verifique a segunda afirmação (“eu-lírico anseia por um poema com beleza e preciosidade”):
Portanto, a segunda afirmação também é verdadeira.
3. A segunda afirmação justifica a primeira?
Embora o eu-lírico deseje qualidades específicas, a metapoesia se caracteriza unicamente pelo fato de o poema tratar de si próprio, não pelas qualidades que ele almeja. Logo, a descrição das características não explica a classificação como metapoesia.
Conclui-se que ambas as afirmações são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
Resposta: alternativa B.
Metapoesia é um recurso literário em que o poema faz referência a si mesmo ou ao próprio ato de escrever poesia.
O eu-lírico é a voz que expressa emoções e desejos no poema.
Para que um enunciado justifique outro, ele deve explicar a razão direta para o primeiro — no caso, o que torna o texto metapoesia.