O Último Poema encerra o livro Libertinagem, de Manuel Bandeira.
O Último Poema
Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
BANDEIRA, M. Libertinagem. 2 ed. São Paulo: Global, 2013.
O poema estabelece pelo título e pela posição que ocupa um valor metapoético, uma vez que o eu lírico
transporta para a poesia a beleza da simplicidade.
explicita seu dilema existencial.
revela dramaticamente seus medos mais íntimos e secretos.
incorpora na poesia o academicismo parnasiano.
expressa em versos seu desejo poético.
Para responder a esta questão, é essencial compreender o conceito de metapoesia, que é a poesia que reflete sobre si mesma ou sobre o fazer poético. O poema de Manuel Bandeira, O Último Poema, apresenta características metapoéticas ao evidenciar o desejo do eu lírico de criar um poema que seja a expressão final de sua arte, que seja simples, puro e apaixonado. A opção correta é a letra E, pois ela capta essa essência do poema em que o eu lírico expressa o seu desejo poético, ou seja, o que ele busca atingir com sua arte.
A metapoesia é um recurso literário em que o poema discute o ato de escrever poesia, sua função e seu significado. Ela é frequentemente usada para explorar as possibilidades e limitações da linguagem poética e para refletir sobre o papel do poeta e da própria poesia. No poema de Bandeira, isso está evidente na descrição do que deveria ser o 'último poema', refletindo sobre as qualidades que o eu lírico deseja para sua obra poética.