O triunfo global do capitalismo é o tema mais importante da história nas décadas que sucederam 1848. Foi o triunfo de uma sociedade que acreditou que o crescimento econômico repousava na competição da livre iniciativa privada, no sucesso de comprar tudo no mercado mais barato (inclusive trabalho) e vender mais caro. Uma economia baseada nas sólidas fundações de uma burguesia composta daqueles cuja energia, mérito e inteligência elevou-os a tal posição deveria − assim se acreditava − não somente criar um mundo de plena distribuição material, mas também de crescente felicidade, de avanço das ciências e das artes, numa palavra, um mundo de contínuo e acelerado progresso material e moral.
(Eric J. Hobsbawm. A era do capital. Trad. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 21)
As chamadas revoluções de 1848, também conhecidas como “primavera dos povos”, representaram à sua época, para a Europa, a
ascensão temporária do socialismo em diversos países europeus, promovida por sublevações populares encabeçadas por partidos socialistas e anarquistas.
queda de regimes monárquicos autoritários mediante a aliança provisória da burguesia e da nobreza, com apoio do clero e de setores populares.
definitiva unificação de reinos multifacetados como a Itália e a Alemanha, sob um poder centralizador, após um período de intensas guerras internas.
eclosão e o triunfo temporário de movimentos populares de caráter liberal, republicano e nacionalista em Paris e outros centros urbanos europeus, com apoio da burguesia.
tomada de poder pelas classes populares, motivadas pela publicação do Manifesto Comunista, pondo fim ao despotismo esclarecido ao lançar as bases da democracia.