O trecho a seguir é parte do artigo”Três tempos de uma mesma história”, publicado na Revista Cult, que apresenta dados de épocas diferentes, revelando a situação social contrária a negros e a pobres. Leia-o para responder à questão.
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Como se sabe, muitas das tropas brasileiras foram compostas de escravos, que se alistavam, não só com a promessa de alforria, mas também pelo compromisso do imperador Pedro Il em abolir a escravidão. Ao final da Guerra, em vez de libertação, em 1871, foi promulgada a Lei do Ventre Livre que, no papel, considerava em liberdade todos os filhos de mulheres escravas nascidos a partir daquela data. Na prática, crianças negras nascidas livres continuaram trabalhando nas mesmas condições das que nasceram escravizadas.
Tantos dados, de diferentes tempos, no mesmo território, nos informam como o estado brasileiro está a serviço do capital financeiro. E nós? Assistimos a tudo isso? Evoco a pergunta - provocação de um militante do movimento negro durante um seminário que aconteceu na 32. Edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo: “Para o meu bisavô, disseram que ele deveria ser um bom escravo, que a abolição logo viria. Para o meu avó, prometeram que se ele trabalhasse bastante, teria condições de vida. Para o meu pai, disseram que depois do ginásio, viria a CLT. Para mim, foi o ensino superior. Mas mesmo graduado, sou parado pela polícia e não tenho emprego. Até quando vamos acreditar nas promessas?
Fonte: CULT - Revista Brasileira de Cultura. Nº. 235. São Paulo Ano 21, junho 2018. Adaptado.
No trecho: “Para o meu bisavô, disseram que ele deveria ser um bom escravo, que a abolição logo viria.”, o efeito semântico do adjetivo em “bom escravo”, considerando o contexto, ressalta a ideia de
vivência piedosa.
servilismo enganoso.
intimidade partilhada.
altruísmo devocional.
companheirismo autêntico.