“O texto monólogo de M. Melamed é uma crítica mordaz às sociedades do controle[...] Para o poeta[...] regurgitar esse excesso é retomar e reverter nossa talvez única vanguarda, a antropofágica. Não se trata mais de deglutir as vanguardas europeias para criar uma arte brasileira, mas de expelir as informações para refletir sobre o que de fato interessa devorar, repensando nossa condição de consumidores da cultura”.
FERNANDES, S. “Antropofagia devastadora”, in Bravo, nº 89. São Paulo: Abril Cultural, p. 57.
Considerando-se o texto, a proposta estética do artista consiste em
repelir toda influência exercida pelo imenso fluxo de informações europeias em nome de uma autêntica cultura brasileira.
receber as influências culturais europeias para recusá-las, posteriormente, de modo irrevogável.
assimilar as vanguardas europeias para integrá-las, posteriormente, no âmbito da cultura crítica nacional.
acolher as vanguardas europeias sob a condição da possibilidade de rejeição refletida dos elementos inadequados ao interesse da cultura nacional.
ingerir as influências vanguardistas europeias para expeli-las, de modo irreversível, pela crítica reflexiva em nome dos consumidores da autêntica cultura brasileira.