O texto a seguir é referência para a questão.
O jogo do salário mínimo
[...] Em menos de trinta minutos, dois times centenários do futebol carioca, Bonsucesso e Olaria, vão se enfrentar num jogo-
treino, na preparação para a disputa da segunda divisão do campeonato do Rio.
Na arena vazia, os jogadores vivem a desigualdade salarial do futebol brasileiro. Na esperança de chegar a um clube grande,
os 22 atletas em campo correm no estádio em troca de um salário mínimo (998 reais) na carteira assinada – isso quando não há
[5] atraso no pagamento. Juntos, ganham cerca de 22 mil reais – menos de 2% do salário mensal de uma estrela como o atacante
Gabriel Barbosa, o Gabigol, do Flamengo. Longe do glamour dos estádios padrão Fifa, os 22 em campo no chamado Clássico da
Leopoldina, em referência à antiga linha de trem, são um retrato do precário mercado de trabalho da bola no Brasil.
Levantamento do antigo Ministério do Trabalho revela que a maioria (54%) dos jogadores de futebol do país empregados em
2017 recebia até três salários mínimos (2.811 reais). Os dados constam da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2017.
[10] [...]
A estatística do antigo Ministério do Trabalho é o único levantamento que tenta mapear os salários no futebol brasileiro. A CBF
fazia uma pesquisa parecida, mas deixou de publicar por causa das distorções criadas pelos contratos de direito de imagem.
Segundo a última edição do trabalho da entidade que comanda o futebol nacional, mais de 80% dos jogadores de futebol ganhavam
até 1 mil reais por mês em 2016. Sem citar nomes, a CBF informou que apenas um jogador recebia mais de 500 mil reais, mas o
[15] número estava longe da realidade, e o mesmo se pode dizer dos dados da RAIS. O salário em carteira é só uma parte do que os
atletas recebem, pois o principal vem dos direitos de imagem e patrocínios.
Mas essa é uma realidade dos clubes grandes. Em clubes como Bonsucesso e Olaria, não há direitos de imagem, já que não
há imagem a ser vendida. Os patrocinadores estão mais para pequenos comerciantes locais do que para grandes financiadores do
futebol.
(Sérgio Rangel. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/o-jogo-do-salario-minimo/. 31/05/2019.)
Acerca de aspectos relativos à pontuação, assinale a alternativa correta com relação a alguns excertos do texto.
Se o segmento “na arena vazia” (linha 3) for deslocado para o final do período, a vírgula não poderá ser dispensada, em razão de aspectos gramaticais.
O travessão antes de “isso quando não há atraso no pagamento” (linhas 4-5) poderia ser substituído por ponto final, sem prejuízo gramatical e do sentido básico do enunciado.
As vírgulas que isolam o segmento “em referência à antiga linha de trem” (linha 7) são opcionais.
No segmento “A CBF fazia uma pesquisa parecida, mas deixou de publicar...” (linhas 11-12), a substituição do “mas” por “a qual” dispensaria a necessidade da vírgula.
Se o segmento “Sem citar nomes” (linha 14) fosse deslocado para depois de “apenas um jogador”, o uso de vírgula poderia ser dispensado.