Unisantos 2016

O TEXTO A SEGUIR CORRESPONDE À QUESTÃO ABAIXO.

 

    É um mito a pretensa possibilidade de comunicação igualitária em todos os níveis. Isso é uma idealização. Todas as línguas apresentam variantes: o inglês, o alemão, o francês etc. Também as línguas antigas tinham variações. O português e outras línguas românicas provêm de uma variedade do latim, o chamado latim vulgar, muito diferente do latim culto. Além disso, as línguas mudam. O português moderno é muito distinto do português clássico. Se fôssemos aceitar a ideia de estaticidade das línguas, deveríamos dizer que o português inteiro é um erro e, portanto, deveríamos voltar a falar latim. Ademais, se o português provém do latim vulgar, poder-se-ia afirmar que ele está todo errado.

 

    A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais jovens e os mais velhos, os que habitam numa região ou noutra, os que têm esta ou aquela profissão, os que são de uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de determinada variedade linguística serve para marcar a inclusão num desses grupos, dá uma identidade para seus membros. Aprendemos a distinguir a variação. Quando alguém começa a falar, sabemos se é do interior de São Paulo, gaúcho, carioca ou português. Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que determinadas formas se usam em situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é conhecer variedades. Um bom falante é “poliglota” em sua própria língua. Saber português não é aprender regras que só existem numa língua artificial usada pela escola.

 

    As variantes não são feias ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou elegantes; são simplesmente diferentes. Como as línguas são variáveis, elas mudam. “Nosso homem simples do campo” tem dificuldade de comunicar-se nos diferentes níveis do português não por causa da variação e da mudança linguística, mas porque lhe foi barrado o acesso à escola ou porque, neste país, se oferece um ensino de baixa qualidade às classes trabalhadoras e porque não se lhes oferece a oportunidade de participar da vida cultural das camadas dominantes da população.

FIORIN, José Luiz. In: Atas do I Congresso Nacional da ABRALIN, 2000.Excertos.

De acordo com o texto, ser “poliglota” em sua própria língua consiste em:

a

Compreender que as variantes linguísticas não são erradas ou certas, embora o homem simples do campo tenha dificuldade de comunicar-se. 

b

Conhecer as variantes de línguas como o inglês, o alemão e o francês, a fim de estabelecer uma comunicação igualitária em todos os níveis. 

c

Incluir os diferentes grupos de falantes na sociedade letrada e distinguir se são gaúchos, cariocas ou do interior de São Paulo. 

d

Reconhecer as variantes linguísticas do português e saber utilizar-se delas em situações distintas de comunicação, sejam estas formais ou informais.

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D
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