O termo “hipertexto” foi popularizado, a partir de 1965, pelo filósofo norte-americano Ted Nelson. A palavra se referia a um texto diferente do convencional: ele seria não-linear, ou seja, aboliria a noção de começo, meio e fim, permitindo que o leitor seguisse a ordem de leitura que bem entendesse. Assim, a leitura do hipertexto segue o princípio da associação de ideias em que uma palavra leva o leitor a buscar um determinado assunto, que o lembra de outro, que faz com que pense em outro, e assim por diante. Além dessa associação, o hipertexto adota o princípio não-hierárquico, em que as informações espalhadas serão acessadas de acordo com a ordem estabelecida pelo leitor.
(Diogo Bercitto. Fora da Ordem. Revista Discutindo Língua Portuguesa, Ano 2, n.14-Texto adaptado)
Lendo o texto acima e observando em nosso meio social a circulação dos mais diversificados gêneros e tipos de textos, pode-se perceber que o hipertexto se manifesta de maneira mais característica
em páginas da internet, que abrem possibilidades de leituras diversas - e até dispersas - por meio do acesso a múltiplas referências indicadas no corpus de alguns textos.
nas revistas em quadrinhos, que estabelecem um pacto de leitura capaz de oferecer ao leitor a liberdade de organizar a ordem das imagens e dos textos.
nos textos da poesia, que rompem com a noção convencional dos textos em prosa, abolindo as noções de começo, meio e fim.
nos textos publicitários veiculados em jornais e revistas, onde o leitor estabelece a ordem de leitura, construindo o seu próprio texto.