O Surrealismo, movimento vanguardista, trazia como princípios a prevalência do automatismo psíquico em estado puro e a expressão do pensamento de maneira automática e espontânea, gerando, na escrita literária, imagens impulsionadas pelo inconsciente.
As poesias de Mario Quintana, não muito raro, trazem imagens que dialogam com a proposta surrealista, como se pode observar no seguinte conjunto de versos, extraído do livro de poemas Esconderijos do tempo:
“O poeta é belo porque os seus farrapos / são do tecido da eternidade”
“E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, / eu nem olhava o relógio”
“..., mas eu queria ter nascido numa dessas casas de meia-água / com o telhado descendo logo após as fachadas”
“Eu queria escrever uns versos para Ray Bradbury, / o primeiro que, depois da infância, conseguiu encantar- me com suas mágicas”
“As moças das cidades pequenas / com o seu sorriso e o estampado claro de seus vestidos”