O sofrimento dos escravos negros nas Américas piorara com o aumento da pressão comercial para produzir tabaco, açúcar e café, à medida que crescia a demanda entre os europeus. A taxa de mortalidade dos escravos nas fazendas de cana-de-açúcar em Cuba subiu 10%, quando passaram a trabalhar vinte horas por dia, com três horas de descanso. Nas fazendas de café, no Brasil, os proprietários queriam um retorno bem rápido e a taxa de mortalidade chegava a 20%. O suicídio em massa não era incomum como o único meio seguro de fuga. Quando, em 1759, a ordem jesuíta foi proibida nas colônias portuguesas, era a maior proprietária de escravos tanto no Brasil quanto em Angola.
(THOMSON. 2002. p. 446).
A utilização ou a não utilização da mão de obra compulsória ocorreu em diversas sociedades e em períodos históricos diferentes, como se pode inferir
na justificação filosófica da inferioridade racial do negro africano, pelas sociedades clássicas, como pressuposto para a sustentação da sociedade escravista greco-romana.
no cumprimento da corveia e da talha como obrigação do escravo feudal, para a obtenção do direito da compra de um lote de terra pertencente aos senhores feudais.
nas sociedades mercantilistas, que se utilizavam do tráfico de africanos escravizados como um mecanismo de acumulação de capital, reinvestido na industrialização do século XVIII.
nas sociedades pré-colombianas, no período anterior à presença europeia, cuja escravidão e o tráfico mercantil de escravos foi apropriado e imitado pelas sociedades do Antigo Regime.
no caráter excepcional das sociedades muçulmanas, que proibiam a utilização do trabalho servil e escravo, assim como a desigualdade social, fundamentada na concepção de uma irmandade islâmica.