PUC-Campinas Direito 2015
O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram,
porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por
muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo,
bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quanto
proporcionalmente se estimam os títulos entre os fidalgos do
Reino (...)
Os escravos são as mãos e os pés do senhor de
engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer,
conservar nem aumentar fazenda, nem ter engenho corrente.
(ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas)
O texto de Antonil data de 1681,
em pleno período colonial, e retrata um ciclo econômico que foi matéria central da prosa romântica da época.
por isso a realidade sócio-política a que se refere só poderá ser conferida na literatura do Arcadismo.
remontando a uma época em que os pré-românticos passavam a denunciar a opressão do regime escravista.
figurando entre os principais documentos do nosso nativismo, sentimento oposto ao nacionalismo.
retratando um ciclo econômico duradouro, focalizado também em romances importantes dos anos de 1930.
Resolução
Para resolver a questão proposta, devemos seguir estes passos:
- Contextualizar historicamente o texto: trata-se de um trecho de André João Antonil, publicado em 1681, ou seja, no Brasil colonial, durante o ciclo econômico do açúcar.
- Identificar o ciclo econômico referido: Antonil destaca a importância dos engenhos açucareiros e da mão de obra escrava, caracterizando o ciclo do açúcar.
- Relacionar esse ciclo a manifestações literárias posteriores: o ciclo do açúcar perdurou por séculos e foi retratado em romances modernistas dos anos 1930, que resgataram temas sociais e regionais brasileiros.
- Avaliar as alternativas: analisar cada opção à luz do período histórico e das escolas literárias correspondentes até concluir que a alternativa E é a única que faz sentido.
Resposta: alternativa E.
Dicas
Erros Comuns
Conceitos fundamentais
- Brasil colonial (1500–1822): período marcado pelo sistema de plantation, com destaque para o cultivo de cana-de-açúcar.
- Ciclo do açúcar: base da economia açucareira no Nordeste, utilizando trabalho escravo e grandes propriedades rurais (engenhos).
- Romance modernista (década de 1930): escritores como Rachel de Queiroz (O Quinze, 1930) e Graciliano Ramos (Vidas Secas, 1938) retrataram a realidade social nordestina, incluindo heranças do ciclo do açúcar.
