“O século V d.C. viu o desaparecimento das últimas grandes personagens que estavam ao serviço do Império do Ocidente. Até então, a política dos imperadores do Oriente procurara limitar os estragos: impedir que os bárbaros tomassem Constantinopla comprando a peso de ouro o seu recuo, desviá-los para a parte ocidental do Império, contentar-se com uma vaga submissão dos reis bárbaros, a quem eram prodigamente concedidos títulos de patrício ou cônsul, tentar afastar do Mediterrâneo os invasores. O mare nostrum não era apenas o centro do mundo romano: era a artéria essencial do seu comércio e dos seus abastecimentos. Em 419 d.C., uma lei promulgada em Constantinopla punia com a morte quem ensinasse aos Bárbaros ‘as coisas do mar’.”
LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval. Vol. I. Lisboa: Editorial Estampa, 1987, p. 45-46. Adaptado.
Com base no texto, assinale a alternativa correta.
O Império Romano se desenvolveu a partir da península Itálica, e seus 500 anos de existência foram marcados por uma relativa paz e estabilidade até a queda de Constantinopla, em 1453 d.C.
O comércio ao longo da orla do Mar Mediterrâneo, do qual o mundo romano dependia, era controlado por invasores bárbaros que cobravam em ouro pelo abastecimento de Constantinopla.
Em seu uso romano, a expressão latina mare nostrum diz respeito ao período em que a Itália procurou restabelecer a grandeza do Império e o controle do Mediterrâneo, durante a república fascista.
Na crise do Império Romano, sua parte oriental empenhou-se para conter invasores e proteger as rotas de comércio que integravam as economias regionais construídas pelo expansionismo romano.
Na época clássica do Império Romano, circulavam pelo mare nostrum os navios que traziam especiarias do Oriente para as cidades-estado italianas e que auxiliavam no mecenato dos artistas renascentistas.