O Rondó dos Cavalinhos
Manuel Bandeira
Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Tua beleza, Esmeralda,
Acabou me enlouquecendo.
Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
O sol tão claro lá fora
E em minh’alma — anoitecendo!
Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Alfonso Reys partindo,
E tanta gente ficando...
Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
A Itália falando grosso,
A Europa se avacalhando...
Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
O Brasil politicando,
Nossa! A poesia morrendo...
O sol tão claro lá fora,
O sol tão claro, Esmeralda,
E em minh’alma — anoitecendo!
CÂNDIDO, Antônio. Na sala de aula – caderno de análise literária. São Paulo: Ática, 1989, p. 68
A partir da leitura global do poema, atente para o grau do substantivo cavalo nos versos estribilho: “Os cavalinhos correndo, / E nós, cavalões, comendo...”, e assinale a opção correta sobre esse traço gramatical no texto.
A comparação do homem a cavalo, o aumentativo expressa que o homem é superior ao cavalo.
A diferença de grau não contribui, no plano semântico, para a compreensão do poema.
O grau diminutivo como o aumentativo da palavra cavalo depreciam o homem, na comparação.
O termo “Cavalinho, ” referido ao homem, denota sujeição, dependência; já “cavalões” conota força, vitalidade.
O termo “Cavalinho, ” referido a cavalo, é carinhoso e desanimalizador; “cavalões” referido ao homem é depreciativo e infunde animalidade.